Foto: Aílton Santos/Jornal Hoje

Cemec atende pacientes de 25 municípios da região.

continua após a publicidade

Um acordo entre a Receita Federal (RF) e o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná (Cisop) vai possibilitar a reabertura do Centro de Especialidades Médicas de Cascavel (Cemec), na próxima semana. O Cisop, responsável pelo centro, se comprometeu a depositar em juízo R$ 30 mil por mês para saldar uma dívida de aproximadamente R$ 1 milhão junto à Receita.

O Cemec é o único local que oferece consultas com especialistas como cardiologistas e neurologistas para a população de 25 municípios da região. Durante os cinco dias em que ficou com as portas fechadas, o centro deixou de fazer seis mil atendimentos, sendo metade consultas médicas e o restante exames.

De acordo com o presidente do Cisop, Edevilson Fabrício, na próxima semana as consultas começam a ser reagendadas. Os médicos farão um mutirão e dentro de 15 dias a agenda estará em dia. Ele disse que saiu satisfeito do encontro com a Receita, intermediado pela Justiça Federal, em Cascavel. Porém, afirma que terá que fazer uma série de ajustes para economizar o dinheiro que será depositado em juízo. Ele espera não ter que reduzir o número de consultas, mas podem haver demissões de funcionários.

O fechamento do Cemec ocorreu porque a Justiça Federal bloqueou as contas do Cisop devido a uma dívida com a RF, que ultrapassa R$ 1 milhão. O acordo é um alívio para os pacientes, mas não põe fim à crise da entidade. O Cisop deve, ainda outros R$ 4 milhões, que inclui em uma série de impostos e contas com credores.

continua após a publicidade

O órgão, porém, não reconhece a conta. Fabrício diz que ela foi feita pelo Hospital Universitário (HU), ligado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Segundo ele, o Cisop tinha um convênio e emprestava o CNPJ ao hospital, que não conseguiu saldar o que devia.

A discussão já dura mais de três anos. Na semana passada, representantes do Cisop estiveram em Curitiba pedindo uma solução ao governo do Estado. O então governador em exercício, Orlando Pessuti, determinou prazo de 15 dias para que a auditoria na Unioeste, que investiga a origem da dívida cobrada do Cisop, esclareça o caso. ?Esse problema vem desde 2002 e até hoje não temos clareza para saber se a responsabilidade é do HU, da Unioeste, do Cisop ou do governo?, disse Pessuti.

continua após a publicidade