Acordo no TST pode acabar com paralisação nos Correios

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Vantuil Abdala, fez ontem uma proposta alternativa para acabar com a greve nos Correios, em reunião com o Comando de Negociação da Federação Nacional dos Correios (Fentect) e com representantes da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Após três horas de mediação, a proposta feita por Abdala foi a de pagamento de abono linear de R$ 800 aos 108 mil funcionários da empresa, reajuste salarial de 8,5% a partir de 1.º de agosto e outros 3,61% em fevereiro próximo.

O presidente do TST disse estar satisfeito com a reunião, pois houve abertura nas negociações. ?Devemos evitar radicalismos de ambos os lados?, disse Abdala, após o encontro informal. O ministro vai aguardar a resposta até as 12h da próxima segunda-feira. Não havendo acordo, irá decidir o pedido de liminar e de mérito do dissídio coletivo, a ser julgado na próxima quinta-feira, pela Seção de Dissídios Coletivos.

Liminares

Duas liminares foram concedidas ontem no Paraná, envolvendo a greve dos Correios. Em favor da ECT, segundo a sua regional no Paraná, a 17.ª Vara do Trabalho de Curitiba concedeu uma ação que garante a utilização dos prédios do Correio e o livre trânsito de materiais postais e pessoas, em Curitiba e em outras sete cidades: Tunas, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Adrianópolis e Campina Grande do Sul. A regional da empresa informou que a ação autoriza força policial e, havendo obstrução de veículos e pessoas, o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (SintCom-PR) pode ser multado em R$ 50 mil.

Por sua vez, o SintCom-PR obteve ontem liminar na 15.ª Vara do Trabalho, que proíbe a ECT de contratar funcionários temporários para substituir trabalhadores em greve, sob pena de multa de R$ 5 mil por pessoa contratada. A liminar não esclarece sobre a situação dos 280 funcionários contratados temporariamente. Para a assessora jurídica do SintCom-PR, Denise Agostini, a multa já deve estar valendo desde ontem. Segundo a ECT no Paraná, os termos da notificação estão sendo estudados.

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