A região central de Curitiba está passando por uma onda de renovação. Espaços de uso público reformados e novas edificações da iniciativa privada e da Prefeitura de Curitiba, aos poucos, deixam a região mais agradável e atrativa. Desde 2005, a Prefeitura faz ações para recuperar e valorizar o Centro, como o recapeamento de ruas como Dr. Muricy, Cândido Lopes, Cruz Machado e o entorno da Praça Tiradentes. "Desde então, as ações no Centro não pararam mais, seguindo a determinação do prefeito Beto Richa de revitalizar a região para oferecer mais conforto e melhor infra-estrutura para a população", diz o secretário de Obras Públicas, Mário Tookuni.

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Um dos marcos da transformação do Centro foi a reforma da rua Marechal Deodoro, concluída em 2007. Com novas calçadas, com piso antiderrapante, pista tátil e rampas de acesso para portadores de deficiências, a rua recebe um trânsito maior de pessoas. "Coincidentemente, abrimos as portas com a rua reformada e bonita. Os clientes têm elogiado", comemora Daniel Takeshi Suzuki, proprietário do restaurante Taisho Express, instalado na Marechal Deodoro. A rua também recebeu nova iluminação especial para pedestres.

Outro destaque é a recuperação do prédio do antigo Paço Municipal, na praça Generoso Marques, por meio de um convênio entre a Prefeitura a Federação do Comércio do Paraná e o Serviço Social do Comércio (Sesc), que estão restaurando o prédio. O local será transformado em um centro cultural. Prefeitura e Fecomércio também assinaram convênio para revitalização do entorno do Paço. O próximo passo é a revitalização da praça Tiradentes, cujas obras começarão ainda em janeiro.

Para este ano, a Prefeitura espera a aprovação de um financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento – programa Bid 3 – para a continuidade das obras do projeto do Marco Zero. Entre outras coisas, está prevista a implantação de um bonde na ruas Riachuelo e Barão do Rio Branco, ligando o Passeio Público e a praça Eufrásio Correia, na antiga Estação Ferroviária.

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Bons negócios –

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"Áreas importantes e nobres estavam abandonadas e a empresa resolveu aproveitar, com edificações bonitas e modernas. Essa nova paisagem é boa para os negócios, para a sociedade e deixa de ser um gasto para a Prefeitura", afirma o engenheiro Gilberto Nascimento, gerente comercial da Invespark.

Contribui com esse espírito de reconstrução a iniciativa do Grupo J. Malucelli, atual proprietário do edifício da antiga sede do Clube Curitibano, construído há cerca de 50 anos, na esquina das ruas Barão do Rio Branco com XV de Novembro. O prédio começou a ser restaurado em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Para o administrador da Regional da Matriz, Omar Akel, as sinergias provocadas por iniciativas como o projeto Marco Zero, da Prefeitura, e o projeto Centro Vivo, da Associação Comercial do Paraná (ACP), ajudaram a despertar a sociedade e o poder público para a necessidade de revitalização e valorização do Centro. "É um espaço rico, com grande potencial de consumo, moradia e atrações", diz.

Segurança

A ACP também reformou no ano passado seu prédio sede, na esquina das ruas XV de Novembro e Presidente Farias, adequando a edificação ao conjunto arquitetônico formado pelo prédio da Universidade Federal do Paraná e pelo edifício dos Correios.

A Prefeitura também começou a revitalizar a iluminação pública em ruas do centro. Começou pelas ruas Riachuelo, 13 de Maio, Presidente Farias, Emiliano Perneta e um trecho da Rua XV de Novembro e deve melhorar a segurança para moradores, pedestres, motoristas e comerciantes. Até dezembro, foram substituídas 1.000 luminárias por equipamentos de alto rendimento em 11 praças e jardinetes e 42 ruas da região central.

Além do visual, a Prefeitura de Curitiba também faz ações de combate ao mau cheiro na região central. Em agosto foi feita uma limpeza de bueiros. Foram usadas bactérias, que carregam enzimas que eliminam o material orgânico em decomposição em galerias e caixas de captação de águas pluviais.

A Prefeitura também está fazendo obras de revitalização da avenida Marechal Floriano. O trabalho faz parte das obras de ligação da Linha Verde (antiga BR-116) ao Centro. A Marechal Floriano servirá de passagem para os ônibus da Linha Verde e também para o Ligeirão Boqueirão, que vai reduzir quase à metade o tempo de viagem do terminal Boqueirão ao Centro.

A Prefeitura de Curitiba está investindo nesta obra R$ 13 milhões, previsto no Programa de Transporte Urbano da Prefeitura de Curitiba, com financiamento parcial do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). As obras incluem a reforma da rua Lourenço Pinto em toda sua extensão e dos trechos da rua Pedro Ivo e avenida Sete de Setembro entre a Marechal e a Lourenço Pinto.

Serão feitos drenagem, pavimentação, iluminação, calçadas e paisagismo, revitalização das estações-tubo, implantação de duas novas estações na rua Lourenço Pinto e implantação de novo sistema de semáforos, que darão prioridade aos ônibus.

Há uma série de outras iniciativas menores, mas de grande valor para a recuperação do centro de Curitiba, que estão em andamento e já produzem resultados. Para melhorar a segurança do Largo da Ordem, no centro histórico foi instalado um Posto Avançado da Guarda Municipal. O Liceu de Ofícios Curitiba, da Prefeitura, funciona desde março último no prédio histórico das antigas Óticas Curitiba, na rua Monsenhor Celso, entre o calçadão da rua XV de Novembro e a praça Tiradentes. O liceu oferece cursos de informática, manutenção e montagem de computadores, em parceria da Fundação de Ação Social com o Instituto Curitiba de Informática (ICI).

Duas galerias comerciais da região também passaram por reformas recentes tornando o ambiente mais claro e agradável: a Galeria Andrade, entre a praça Generoso Marques e a rua Presidente Farias, e a Galeria Suissa, entre a Marechal Deodoro e a rua José Loureiro.

A Fundação Cultural também reformou diversos espaços na região central. A antiga Capela do Colégio Santa Maria, ao lado do Teatro Guaíra, passou por uma ampla reforma e está sendo preparada para ser um espaço cultural e sede da Camerata Antiqua de Curitiba. A Capela deve ser aberta ainda em janeiro, com concertos da Oficina de Música de Curitiba.

No momento a Fundação Cultural está licitando as obras de reforma da galeria Julio Moreira, que dá acesso ao Largo da Ordem, sob a rua Nestor de Castro. O local, que abrigava o tradicional Teatro Universitário de Curitiba (TUC), será transformado num centro de espetáculos de arte urbana, com novo lay-out e uma ampla programação anual para as bandas emergentes de Curitiba.

O Solar dos Guimarães, um casarão na rua 13 de maio, ao lado do Conservatório de MPB, no Largo da Ordem, será restaurado e vai funcionar como centro cultural, para atender a comunidade jovem.

Outra frente de ação da Prefeitura de Curitiba para melhorar o centro da cidade é um projeto para adoção de praças e dos relógios públicos da região por empresas da iniciativa privada, em troca do uso do espaço para veiculação publicitária.

Esse conjunto de ações, aliados às iniciativas pioneiras no transporte coletivo, os parques municipais bem cuidados e a capacidade da rede hoteleira e de eventos justificam a escolha de Curitiba como a quarta cidade em potencial turístico do país, pela revista "Viagem e Turismo", da Editora Abril. Em 2006, a capital paranaense recebeu mais de 2 milhões de visitantes – 20% a mais que em 2005.

– Em breve, a Marechal Deodoro deve ganhar o primeiro conjunto de seis câmeras de vídeo para segurança, monitoradas por policiais militares, a partir de uma central, na Praça Osório. A instalação das câmeras conta com parceria do empresariado da região e será estendida à praça Tiradentes e ao Largo da Ordem, no centro histórico. "A segurança é fundamental para trazer de volta o cidadão e o empresário tem prazer em dar esse retorno à comunidade", avalia o empresário César Luiz Gonçalves, coordenador operacional do Centro Vivo.A construtora curitibana Invespark decidiu aproveitar o potencial da região central com três grandes empreendimentos novos. Construiu o centro comercial Curitiba Park Business, com uma passarela para automóveis sobre a Travessa da Lapa, e estão em obras um edifício residencial na praça Osório e um complexo com duas torres de 34 andares, na rua Emiliano Perneta. Em 2010, o conjunto formará um corredor comercial interligando a Rua 24 Horas e o Executive Center Everest, na rua Comendador Araújo.