O Paraná registrou queda de 78% nos casos autóctones de dengue (infecção ocorre dentro do Estado), de agosto a dezembro de 2011, em relação ao mesmo período de 2010. O período registra o início da curva epidêmica da doença, que geralmente tem seu auge no verão.
Foram investidos cerca de R$ 5 milhões em estrutura e recursos humanos para o enfrentamento da dengue, como contratação e capacitação de agentes de endemias, médicos, enfermeiros e farmacêuticos, compra de equipamentos e renovação da frota de veículos da vigilância em Saúde.
“Os dados demonstram que estamos no caminho certo para evitar que nova epidemia ocorra. Isso legitima nossa estratégia de trabalhar de forma integrada, com a participação do Governo do Estado, municípios, população e outros setores da sociedade em todas as etapas do enfrentamento da dengue”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.
Entre agosto e dezembro de 2011, foram confirmados 191 casos autóctones, contra 869, em 2010. O balanço aponta ainda diminuição de 75% nos casos totais, somando os casos importados, que foi de 887 (2010) para 218 (2011).
Para Caputo Neto, reduzir o número de casos foi um grande avanço, mas ainda há muitos desafios. “É importante investir no atendimento hospitalar. As mortes por dengue são evitáveis e, por isso, as equipes de saúde devem estar preparadas para realizar um diagnóstico rápido e indicar o tratamento mais eficaz para o doente”.
“Em janeiro de 2011, nossa gestão pegou o Paraná no auge de uma das maiores epidemias já registradas no Estado. Nosso objetivo foi desencadear ações para conter o avanço da dengue e estruturar os serviços de atendimento aos doentes para evitar mortes”, explicou o secretário.
Estratégia
O Plano Emergencial de Controle da Dengue foi lançado em janeiro e previa ações para os três primeiros meses do ano, como capacitações de profissionais de saúde para o diagnóstico e tratamento da doença, reforço no uso do “fumacê” para evitar a proliferação do mosquito e atividades educativas de prevenção envolvendo a sociedade civil.
A primeira medida foi a criação da Sala de Situação da Dengue, vinculada ao gabinete do secretário, para monitorar em tempo real as informações dos municípios. Os dados permitem atuação imediata das autoridades a fim de intervir o avanço da doença.
A partir de abril, a Secretaria da Saúde colocou em prática o Programa Estadual de Controle da Dengue, que traça as diretrizes de atuação do Governo do Estado para os próximos anos. O programa se divide em cinco eixos estratégicos: assistência, vigilância epidemiológica, controle do vetor, comunicação/mobilização e gestão/ responsabilização.
Uma das primeiras ações do programa foi a criação do Comitê Gestor Intersetorial de Controle da Dengue, que tem o intuito de integrar vários segmentos da sociedade para propor e avaliar estratégias que podem ser incorporadas ao enfrentamento da dengue.
O comitê se reúne mensalmente e conta com a participação de órgãos governamentais, associação de municípios, conselhos e sociedades de profissionais de saúde, entidades representativas de hospitais e outros estabelecimentos de interesse à saúde.
Além disso, a Secretaria incentivou a criação de comitês regionais e municipais que tem o papel de coordenar ações integradas entre Estado, municípios, indústria, comércio e outras entidades, levando em conta a realidade de cada região.