Consumidores cada vez mais exigentes, pressão da opinião pública sobre a preservação do meio ambiente e constatação de que, um dia, a matéria-prima pode acabar se a natureza continuar sendo devastada em grande escala.

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A soma desses fatores está causando em algumas empresas o despertar da necessidade de fazer algo mais pela biodiversidade, além de seguir as legislações ambientais em vigor.

Com a intenção de valorizar essas iniciativas, surge a certificação Life, emitida pelo Instituto Life, cuja sigla significa Lasting Initiative For Earth (em português, Iniciativa Duradora para a Terra).

O trabalho tem chancela da Convenção sobre Diversidade Biológica, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) que discute medidas sobre biodiversidade no mundo. O lançamento ocorreu ontem, em Curitiba, e contou com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

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A secretária executiva do Instituto Life, Andrea Drapier, explica que a certificação lançada é uma nova ferramenta para o reconhecimento de empresas que já fazem ações de preservação da biodiversidade, mas que não são valorizadas pelas certificações atuais.

“Pode também funcionar como uma ferramenta de posicionamento estratégico da empresa. E até hoje não havia um instrumento prático para o engajamento do setor privado”, comenta.

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O Instituto Life, que tem sede em Curitiba, é uma entidade do terceiro setor fundada neste ano. Surgiu dos esforços da Fundação Avina, Fundação O Boticário de Preservação à Natureza, Posigraf e Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS). A certificação Life pode ser implantada em qualquer organização.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ressaltou que a iniciativa é única no mundo e começa no Brasil, que está tomando a frente das discussões sobre a preservação da biodiversidade no mundo. “Curitiba está surgindo com uma novidade mundial e o ministério apoia totalmente”, afirma.

De acordo com o ministro, as operações de controle e repressão são necessárias, mas insuficientes na luta pela preservação do meio ambiente. Minc cita como exemplos o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Verde, as Reservas Particulares dos Patrimônios Naturais (RPPN) e o pagamento de serviços ambientais, recentemente sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Não se resolve um problema estrutural com polícia. Tem que mudar conceitos e valores. Mostrar que é possível ganhar mais com a floresta em pé. É possível produzir madeira legal sem destruir, com o manejo florestal sustentável. Não adianta só fechar a serralheria clandestina, é preciso dar alternativas”, considera Minc.