Acidentes com fogo são 1 milhão por ano

Mexer com o fogo, manipular substâncias inflamáveis e brincar com fogos de artifício geram um milhão de acidentes com lesões por ano, segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras. Um terço deles acontecem com crianças. Segundo especialistas, a prevenção é a solução para o problema. Assim, antecipando o Dia Nacional de Luta contra Queimaduras, comemorado amanhã, a organização não governamental Criança Segura e o Hospital Evangélico realizaram ontem um trabalho de orientação no centro de Curitiba.

“É nosso dever alertar a população com prevenção. Tomando cuidados, cerca de 90% dos acidentes poderiam ser evitados”, afirma Alessandra Françóia, coordenadora regional da Criança Segura. O principal local dos acidentes é a cozinha, com 80% dos casos. São líquidos e gorduras quentes que ferem as crianças por descuido dos pais. “Depois disso, a segunda maior causa das queimaduras são os aparelhos elétricos quentes, como o ferro de passar roupa”, revela.

Outro vilão é o álcool líquido, tanto para crianças quanto para adultos. Depois que foi proibido, em agosto de 2003, os acidentes tratados pelo Hospital Evangélico, em Curitiba, caíram 30%. “O ideal é não ter o álcool em casa. A versão vendida no supermercado não limpa direito. Não há necessidade de seu uso, mesmo o álcool em gel. O melhor é usar água e sabão”, esclarece Alessandra. “A criança tem atração pelo fogo e, tendo a substância inflamável em casa, há condições para ela brincar com isso.”

Para o médico Manoel Alberto Prestes, chefe do serviço de cirurgia plástica e queimaduras do Hospital Evangélico, o inverno é um período em que os acidentes se agravam: “Existe ainda o hábito de esquentar ambientes com álcool e há a necessidade de consumo de líquidos quentes, como sopas, para esquentar”. As festas juninas também contribuem para as estatísticas: “As queimaduras por fogos de artifício atingem mais adultos do que crianças. Mas as bombinhas, que parecem inofensivas, oferecem perigo. O estrago pode ser menor, mas acaba acontecendo”, aponta Prestes. “Não se pode inspirar a criança com essas brincadeiras e explicar o que realmente pode causar. Se os fogos forem utilizados, devem estar longe das crianças e manipulados por um profissional”, conclui Alessandra.

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