Os mais recentes dados do Ministério da Saúde, de 2003, registram 2.449 mortes de crianças, entre zero e 14 anos, vítimas de acidentes de trânsito, das quais 1.123 ocupantes de veículos. Em Curitiba e Região Metropolitana, no mesmo ano, dos 1.376 acidentes com crianças, foram 34 óbitos de ocupantes de veículos.
?Só este ano foram cinco mil acidentes de veículos e com o envolvimento de crianças eu diria que foi, pelo menos, 30% dos atendimentos diários, seja atropelamento ou ocupante de veículo. Esses acidentes são muito freqüentes?, afirma o médico socorrista do Samu/Siate de Curitiba, Jordan Zanetti Silva. Uma das maneiras de amenizar esse dado negativo é a utilização das ?cadeirinhas? e outros equipamentos de segurança, o que tem aumentado. ?Aumentou o número de utilização. A gente faz o atendimento e vê que as pessoas estão usando. Se não estivessem, o número de mortes seria maior?, alerta o médico. Consciente, ele mesmo utiliza os equipamentos para a segurança e conforto da filha. ?A gente fica preocupado com a segurança da criança mesmo. O cinto só ou o colo da pessoa é irregular e desconfortável?, conta. A cadeirinha não é o único mecanismo. ?A minha filha foi crescendo e a cadeirinha ficou pequena. Eu não sabia o que usar e sugeriram o assento de elevação?, lembra Jordan Zanetti Silva.
Recomendações
A Ong Criança Segura, de Curitiba trabalha com a informação e orientação sobre quais os equipamentos para veículos são os mais eficazes. ?O cinto de segurança comum foi feito para adultos. Se não utilizado corretamente, pode agravar os acidentes, pois fica sobre o abdômen da criança e qualquer impacto pode ser perigoso. O corpo dela é muito frágil?, explica Nanci Takada, responsável pelo projeto Criança Segura no Carro.
Ela explica que existem diferentes tipos de equipamentos: o bebê conforto (até 9 kg ou 1 ano), a cadeirinha de segurança (de 1 a 4 anos), o assento de elevação (de 4 a 10 anos) e o cinto de segurança de três pontos (para crianças acima de 36 kg). Os preços desses equipamentos variam de R$ 100 a R$ 1 mil. ?A gente sabe que alguns produtos ainda têm preço elevado, mas estamos buscando, com políticas públicas, tornar obrigatório o uso e conversar com fabricantes para encontrar como poderia ser reduzido o custo?, afirma Nanci.
Responsabilidade
Segundo a Ong, sobre o número elevado de acidentes, ?a gente atribui a responsabilidade aos pais. Cabe aos responsáveis a verificação e a exigência dos dispositivos de segurança?, afirma Nanci Takada.