Quem passou ontem pela BR-116, em Campina Grande do Sul, se assustou com um acidente envolvendo um ônibus e um carro, que acabou pegando fogo. Uma pessoa morreu e outras 16 vítimas foram encaminhadas ao Hospital Angelina Caron, algumas em estado gravíssimo. No entanto, não se tratava de um acidente, mas de um treinamento de resgate envolvendo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o hospital e a empresa Cadenas Consultoria.
O inspetor da PRF, Adriano Marcos Furtado, explica que o treinamento faz parte do processo de implantação do protocolo internacional Start – que significa Simples Triagem e Rápido Tratamento – utilizado em acidentes com várias vítimas e que tem o objetivo de salvar o maior número de pessoas.
Nesse tipo de ocorrência, se o primeiro socorrista que chegar ao local voltar a atenção para a reanimação de uma ou mais vítimas, outras potencialmente recuperáveis poderão morrer. Então, o procedimento correto inicial é avaliar a situação e pedir reforços adicionais, além de sinalizar a área. Depois, começa a hierarquizar as vítimas conforme o grau das lesões e priorizar o atendimento e o transporte de forma que o maior número possível de vítimas seja removido para um hospital.
Durante o processo de triagem é utilizado um sistema de cores para classificar as vítimas. As pessoas que são deitadas sobre uma área vermelha estão em estado crítico e necessitam de tratamento e transporte imediato. Ontem elas foram levadas para o Angelina Caron por um helicóptero da PRF. As que estavam em uma área amarela apresentavam sinais e sintomas que permitiam adiar a atenção e podiam aguardar um pouco mais pelo transporte. Elas foram encaminhados ao hospital por ambulâncias. A cor verde classificava as pessoas que apresentam lesões menores e não precisam de atendimento imediato. A cor preta para indicar as pessoas que tinham morrido no acidente. ?O protocolo vai otimizar o trabalho das equipes de resgate, proporcionando um transporte mais rápido?, comenta o inspetor.
Segundo ele, foram utilizadas quatro ambulâncias no transporte das vítimas. Desde 2002, depois que a PRF fez um convênio com o Hospital Angelina Caron, as unidades ficam posicionadas em pontos estratégicos nas BRs 116 e 376. Quando o acidente simulado ocorreu elas foram acionadas para ajudar no resgate, além do helicóptero da PRF e outra ambulância do próprio hospital. Participaram da operação no atendimento direto às vítimas cerca de 50 pessoas entre policiais, socorristas e médicos. Toda a ação foi filmada e depois será avaliada para a realização de possíveis ajustes.
