Uma pessoa morre por dia no Paraná por causa de acidente de trabalho, em média, desde 2006. A estimativa é do Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (Cest). “Os acidentes de trabalho matam muito mais do que a dengue no Paraná e não se dá a devida importância ao problema”, alerta o presidente licenciado do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho do Paraná (Sintespar), Adir de Souza.
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Adir de Souza: “não se dá a devida importância ao problema”. |
Segundo dados do Cest, de janeiro a maio deste ano já foram 1.354 notificações de agravos de saúde do trabalhador na área da 2ª Regional de Saúde do Paraná, que abrange 29 municípios da região de Curitiba. O dado é alarmante, já que no ano inteiro de 2011 foram 1.749 notificações.
Dos casos registrados em 2012, 822 são acidentes graves, 496 são acidentes com exposição a material biológico, 13 intoxicações exógenas, 11 casos de LER (lesão por esforço repetitivo), nove dermatoses ocupacionais, dois casos de PAIR (perda auditiva induzida por ruído) e um de câncer relacionado ao trabalho. O diretor do Cest, José Lúcio dos Santos, explica que o número pode ser ainda maior. “Eles refletem apenas parte da realidade porque muitos casos não são notificados como deveriam”, ressalta.
O chefe da seção de inspeção da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), Sérgio Silveira de Barros, reforça que o empregador é obrigado a fazer a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em até 48h após a ocorrência. Quando isso não acontece, a vítima pode abrir a comunicação através dos sindicatos, Ministério Público ou Justiça do Trabalho. “É importante que o trabalhador se submeta aos exames médicos solicitados pela empresa para avaliar seu estado físico e psicológico a partir da admissão. Os exames periódicos servem para garantir a integridade do trabalhador. Qualquer alteração decorrente do trabalho pode ser enquadrada como acidente de trabalho”, comenta Barros.