Foto: Lucimar do Carmo |
Grupo protestou contra o reajuste considerado abusivo. continua após a publicidade |
Moradores do bairro Ferraria protocolaram ontem uma ação judicial popular contra o Município de Campo Largo, pedindo a redução da taxa do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Depois de entregar o documento com mais de 500 assinaturas ao juiz Everton Luiz Penter Correa, o grupo protestou em frente ao Fórum contra o reajuste do imposto.
?Este ano, o tributo teve um reajuste médio de 200% em relação ao que foi cobrado em 2006. Não podemos aceitar isso. A Prefeitura nos cobra taxas absurdas, mas não investe no bairro. Nos falta esgoto, asfalto, creches e segurança?, declarou o presidente da Associação de Moradores da Ferraria, Nelson Silva de Souza.
O aposentado José Knebel, que participou da manifestação, levou os carnês de IPTU de 2006 e 2007. No ano passado, pagou R$ 36,59. Este ano, recebeu cobrança de R$ 274,91. ?O reajuste foi alto demais. Ganho um salário mínimo e não tenho como pagar o imposto. Estou indignado e não sei o que fazer. Tomei um susto quando o carnê chegou em minha casa?, afirmou.
O IPTU da dona de casa Anair Maria dos Santos Freitas quase triplicou. Em 2006, ela pagou R$ 36,93. Agora, terá que desembolsar R$ 100. ?Vou ter que deixar de comprar parte dos meus remédios de pressão e tireóide para poder pagar. Vivo com a minha filha e com cinco netos pequenos. Nós duas ganhamos salário mínimo e já enfrentamos dificuldades. Com a chegada do carnê de IPTU, as coisas ficaram piores.?
Prefeitura
O secretário municipal de Finanças de Campo Largo, Luiz Carlos Fabris, diz que o IPTU sofreu correções de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e com uma revisão cadastral promovida nos imóveis do Ferraria. ?Há doze anos a Prefeitura não fazia revisão cadastral. Por isso, as pessoas só pagavam IPTU correspondente aos terrenos que possuíam. Porém, de doze anos para cá houve muitas construções e ampliações, que agora estão sendo tributadas.?
Luiz Carlos informa ainda que os moradores que não concordam com o valor podem solicitar uma revisão à Prefeitura. Caso haja erros, os valores serão corrigidos. ?Não queremos que ninguém pague a mais. Nossa intenção é cobrar um imposto justo. Já prorrogamos o prazo de vencimento do IPTU de 25 de abril para 25 de maio, justamente para que as pessoas que tenham dúvidas possam nos procurar.?