Ação do MST em Santa Catarina perto da solução

Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que invadiram na semana passada a sede da Fazenda Esperança, no município catarinense de Abelardo Luz, divisa com Clevelândia, no Paraná, devem deixar o local na próximo mês. Eles estão entrando em acordo com os proprietários da área.

Enquanto esperam que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) encontre uma área definitiva para o assentamento, vão poder usar 37 hectares da fazenda para plantar. Mas os integrantes do MST só dão a palavra final depois de analisar se a terra cedida tem boas condições de produção.

Eles participaram ontem de uma audiência pública comandada pelo secretário de Segurança Pública e Defesa do Cidadão de Santa Catarina, Ronaldo Benedet, deputados estaduais e do senador paranaense Álvaro Dias (PSDB), além de outras autoridades locais.

Agora a situação começa a caminhar para uma solução. Até sexta-feira, o proprietário da fazenda vai indicar a área a ser cedida, para que o MST analise se aceita a proposta. Caso não haja qualquer empecilho, as duas partes assinam na próxima segunda-feira, no fórum da cidade, um termo de ajuste de conduta. Até o dia 5 de novembro, os sem terra deixam a sede da fazenda. A área emprestada pelo proprietário vai ser usada para o plantio da safra de verão. Os sem terra querem permanecer no local até que o Incra faça o assentamento das famílias.

Segundo o coronel Mário César de Oliveira, chefe do centro de comunicação social da Polícia Militar de Santa Catarina, os sem terra estão na fazenda há mais de um ano, mas há alguns dias resolveram invadir a sede, tomando posse inclusive do maquinário. Segundo as primeiras informações, os seis funcionários da Esperança teriam se tornado reféns do grupo, mas o MST afirmou que eles tinham livre passagem dentro da área.

O grupo quer pressionar o Estado para acelerar o assentamento de 600 famílias de sem terra que vivem em Santa Catarina. Segundo Juliana Rocha Podolan Martins, nora do proprietário da fazenda, a área é produtiva e não serve para a reforma agrária. Desde janeiro já havia um mandado de reintegração de posse que ainda não havia sido cumprido. No local há 1,2 mil cabeças de gado.

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