A grande preocupação dos curitibanos com as áreas de lazer não é somente para que tenham espaços adequados para realizar atividades culturais e esportivas, mas principalmente em relação à segurança. De acordo com a população, muitos parques e praças da cidade, ao ficarem abandonados e mal cuidados, acabam se tornando pontos de consumo e tráfico de drogas, o que preocupa ainda mais os cidadãos que moram no entorno desses espaços.
“A praça Abílio de Abreu, por exemplo, é um dos locais onde há tráfico de drogas. Só que a Polícia Militar diz que não entra na praça porque é área de atuação da Guarda Municipal e a Guarda diz que não pode fazer nada porque não atende ocorrências de crime”, conta o presidente do Conselho de Segurança (Conseg) do Guabirotuba, Iron Ayres Nascimento. Na região da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), o problema é semelhante.
O presidente do Conseg Augusta/CIC Norte, Célio Ricardo Carneiro, também tem críticas à atuação da Guarda Municipal. “A Guarda não pode estar só no mercado e no posto de saúde, precisa ocupar esses espaços, fazer patrulhamento”, opina. A presidente do Conseg Central, Maria Lucia Gomes, por sua vez, acredita que somente ação policial não é suficiente para resolver o problema das drogas. “Falta efetivo na Guarda, mas segurança não é só assunto de polícia, mas também de políticas públicas. Precisamos de uma lei municipal mais forte no combate ao tráfico”, avalia.
Apesar de admitirem que a segurança melhorou de modo geral nos bairros, líderes comunitários de todas as regiões da cidade concordam que ainda poderiam ser implementadas outras ações contra a violência e as drogas. “Além da revitalização dessas áreas de lazer, precisamos de projetos para crianças e adolescentes. Para eles, não é feito nada, então ficam só as drogas”, destaca o presidente do Conseg do Fazendinha, Edson Lopes.