Tratar a doença sem adoecer o bolso. Um eventual alívio na tributação dos medicamentos, que hoje representa 34% do valor, é o que o setor farmacêutico de comercialização e distribuição está buscando via abaixo-assinado realizado fisicamente em 6 mil farmácias de todo o País e por meio do site www.semimpostotemremedio.com.br.

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O objetivo das entidades é coletar 10 milhões de assinaturas até o fim da primeira semana de novembro para sensibilizar o Congresso Nacional a rever alíquotas de impostos como PIS, Cofins e ICMS. “Se o governo federal eliminasse PIS e Cofins, traria redução imediata de até 11% no preço final. Além disso, o custo por conta da complexidade contábil desse tipo de tributo também seria repassado posteriormente ao consumidor”, aponta o diretor executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan), Geraldo Monteiro. Outra bandeira das entidades envolvidas com a campanha é passar para 12% a alíquota do ICMS.

Para aderir à mobilização, os consumidores precisam dispor de menos de um minuto para preencher a lista. O gerente de farmácia Rodolfo Lutiane Trindade Fraga diz que, apesar de ser algo rápido, muitos consumidores ignoram o abaixo-assinado que fica no balcão. “Dizem ter pressa, mas acho que vale a pena gastar alguns segundos nisso”, recomenda.

Remédios x alimentos

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Para quem vive mensalmente o malabarismo financeiro de dividir uma renda bem limitada com despesas significativas nas prateleiras das farmácias, a desoneração permitiria, inclusive, uma melhora na alimentação. O aposentado Cezarino José Américo, 73 anos, explica que precisa controlar cada centavo para conseguir arcar com a despesa de R$ 400 mensais com remédios para a esposa. “Por sorte, não tomo um comprimido, mas minha esposa tem glaucoma e problemas na coluna. Só no colírio são R$ 78. O jeito é controlar todos os centavos gastos e economizar até na comida”, explica.

A aposentada Zoraide Belchior há quase 20 anos desembolsa mensalmente em torno de R$ 200 para ter a pressão arterial controlada. “Não é fácil, preciso controlar a pressão e meus gastos”, compara. A ex-vendedora de loterias conhecida em toda cidade pelo bordão “Borboleta 13”, Terezinha Santos, 63, revela que segue fazendo bicos para dar conta da lista de nove remédios. “Sobra pouco para o resto. Tinha que baixar o preço porque tem gente que morre por não conseguir se tratar”, alerta.

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