Um grupo de 12 mulheres com mais de 40 anos de idade está fazendo um alerta para os lojistas e proprietários de confecções: mulheres com essa faixa etária preferem ver modelos da idade delas desfilando nas passarelas. Para suprir essa carência, elas resolveram se reunir em uma associação e agora lutam por esse espaço no mercado de trabalho.
Em 2001 elas fizeram o curso de modelo no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Gostaram tanto de desfilar que resolveram criar o grupo Fashion Fênix para ter mais força para entrar no mercado de trabalho. Rô Lúcia, uma das integrantes, explica que os lojistas poderiam faturar mais se investissem em modelos com essa faixa etária. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) dão conta de que 30% da população feminina têm 40 anos ou mais. “As mulheres se identificam conosco. Quem compra as roupas são mulheres parecidas com a gente, não com aquelas modelos altas e magras”, diz.
No currículo, elas já exibem diversos eventos e desfiles. Mas independentemente de entrar no mercado de trabalho ou não, a profissão de modelo trouxe mudanças significativas na vida dessas mulheres. A auto-estima de cada uma anda nas alturas. Eva Borba Percegona, 61 anos, explica que sempre teve o sonho de ser modelo, mas a vida acabou seguindo um caminho diferente. Casou e só teve tempo para cuidar dos filhos. “Agora, quando piso na passarela esqueço tudo”, diz. Maria Carmem Antunes, 52 anos, não usava nem maquiagem, e agora passou a se cuidar mais. “Hoje não saio sem batom nem até o portão”, diz. Lídia Partala Mckievicz melhorou até seu estado de saúde. Vivia doente e chegou a fazer duas angioplasties. “Agora só me preocupo com a vida”, fala. Quem quiser pode entrar em contato com o grupo pelos telefones (41) 226-1840 ou (41) 91989323.