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As crianças estão passando a consumir bebidas alcoólicas cada vez mais cedo. Entre os 9 e 12 anos, 67% das crianças brasileiras já tiveram algum contato com o álcool. Dessas, 11% viram dependentes, segundo estatística apresentada pelo secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Aldo Parzianello. Em virtude desses dados, a secretaria está atuando em várias frentes para trabalhar com a prevenção do uso de álcool e de drogas por crianças e adolescentes. Uma delas é o encontro com vários setores da sociedade civil para uma mobilização. Ontem, líderes religiosos foram recebidos na secretaria para fazerem parte deste trabalho.

Parzianello destaca que o álcool é a porta de entrada para outras drogas. A cada cinco crianças que se envolvem com drogas no Brasil, uma se torna dependente. Segundo o secretário, o governo do Paraná tem adotado políticas públicas para combater o problema. Entre elas, o horário determinado para o fechamento dos bares, o desenvolvimento de uma política de educação sobre o funcionamento dos bares e a limitação das entradas com consumação mínima em bares e boates. "A consumação mínima estimula as pessoas a beberem, mesmo que não queiram, para não jogar o dinheiro fora. Quando não consomem, dão para outras pessoas que já consumiram a sua parte", afirma.

A coordenadora estadual Anti-drogas da Secretaria de Estado da Justiça, Cleuza Canan, explica que os líderes religiosos executam papéis importantes no trabalho de prevenção às drogas e ao álcool. "Eles fazem o resgate de valores e a sensibilização da população. Além disso, contatam um grande número de pessoas. A idéia é criar multiplicadores das informações", comenta. Os líderes, independente de suas religiões, também podem orientar os pais neste sentido. Muitos deles contribuem para o acesso das crianças às bebidas alcoólicas. "Há uma permissão dos pais para a bebida. Eles deixam as garrafas em casa, os famosos barzinhos, e existe a convivência com a bebida como se fosse parte da rotina. Às vezes, os próprios pais oferecem bebidas alcoólicas aos filhos", aponta Cleuza.

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De acordo com ela, a valorização do consumo, de dinheiro e de tempo, é um dos motivos para as crianças e adolescentes procurarem as bebidas e as drogas. "Hoje, as pessoas são valorizadas pelo que têm. Os jovens gostam de mostrar quem fica mais tempo acordado, quem bebe mais, quem se droga mais. Estão sendo induzidos a ter uma vida voltada ao consumo e agir como adultos. Os jovens estão desaprendendo a ter prazer nas coisas simples da vida", opina Cleuza.

Durante o encontro, a coordenadora mostrou aos líderes religiosos o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), o Narcodenúncia e as políticas públicas da secretaria.

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