Uma solenidade em frente ao Museu do Expedicionário, em Curitiba, marcou ontem as comemorações dos 60 anos da tomada de Monte Castelo, ocorrida em 21 de fevereiro de 1945. Usando o slogan "Fizemos ontem, faremos sempre", o Exército lembrou a data com atividades em todo o Brasil, já que essa batalha é considerada a maior conquista brasileira na Segunda Guerra Mundial.
Durante a solenidade, alguns ex-combatentes foram homenageados com a medalha sargento Max Wolf Filho, que era paranaense e foi considerado um herói durante a 2.ª Guerra. Um desses homenageados foi Hely Marés de Souza, um dos primeiros soldados do Estado a ser convocado para integrar o batalhão de artilharia. Para ele, a experiência de ter participado da guerra foi importante pela "disciplina e ordem que levei para toda a vida".
Para o general-de-divisão, comandante da 5.ª Região Militar e da 5.ª Divisão de Exército – que representa Paraná e Santa Catarina -, Luiz Carlos Minussi, a importância de comemorar a data é uma forma de reconhecer os feitos dos pracinhas, "e que servem de exemplo para a nossa juventude". O general ressaltou que esses homens superaram dificuldades, não só climáticas, mas como de coragem.
Para o general da reserva da Iugoslávia, Karlo Burig, que também participou da guerra, as lembranças dessa fase foram de muita fome e tristeza, principalmente quando tinham que carregar colegas combatidos. Ele lembra que para enfrentar o frio, eles precisavam vestir as roupas dos mortos.
História
O Brasil participou da batalha com um contingente de 25 mil militares, dos quais 1,3 mil eram do Paraná. Entre mortos, feridos e desaparecidos, o Exército contabilizou 2,3 mil homens. Monte Castelo, situada no sul da Itália, no vale do Rio Pó, era uma posição de grande valor estratégico, com extensos campos minados. A operação militar com a participação dos soldados brasileiros durou três meses. Após três tentativas fracassadas, na manhã do dia 21 de fevereiro de 1945 aconteceu a tão esperada vitória, depois de 12 horas de combate.