Os cemitérios devem ficar lotados de visitantes durante todo o dia de hoje. Em Curitiba, são 21, sendo quatro administrados pela Prefeitura – São Francisco de Paula, Boqueirão, Santa Cândida e Água Verde. Estima-se que 50 mil pessoas visitem os cemitérios hoje. Mas segundo o chefe da Divisão de Cemitérios da capital, Ilderaldo Adamovicz, a cada ano que passa, é menor o número de pessoas que deixa o conforto de suas casas para visitar os túmulos de parentes e amigos.
“O movimento, inclusive no Dia de Finados, vem caindo de ano a ano. Geralmente, são as pessoas mais velhas que levam flores e velas a seus entes queridos. Parece que os mais jovens não têm o hábito de visitar cemitérios”, afirma.
Enquanto algumas pessoas, por falta de hábito ou superstição, não gostam sequer de passar na porta de um cemitério, existem aquelas que não se esquecem da homenagem. Depois de passarem nos túmulos de seus conhecidos, também rezam diante dos túmulos de pessoas que foram enterradas como indigentes (sem identificação). “No Cemitério Municipal do Santa Cândida, existem cerca de cem mil pessoas sepultadas. Quarenta por cento delas são indigentes”, comenta Ilderando. “Porém, sempre tem gente que visita o setor de indigentes do cemitério. Acreditam que, rezando no local, podem contribuir para a tranqüilidade dos que ali estão enterrados.”
Flores e velas
Com o Dia de Finados também cresce a venda de flores e velas. De acordo com a proprietária de uma floricultura nas proximidades do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, Fátima da Costa Silva, a movimentação de clientes nos estabelecimentos que vendem flores começou no final da última semana. Porém, este ano, está sendo menor que o verificado no Dia de Finados do ano passado. “Acho que o fato de o feriado cair em uma terça-feira é que está atrapalhando. Muita gente viajou”, pondera.
Para homenagear os mortos, a flor mais procurada costuma ser o crisântemo, comercializada em cores variadas. Em média, nas floriculturas da capital, os vasos estão custando entre R$ 5 e R$ 6. Os comerciantes garantem que não subiram os preços em função do feriado e que os valores continuam os mesmos do ano passado. “Não tem motivo para subir o preço. Se a gente aumenta, perde clientes”, explica a dona de uma floricultura perto do Cemitério do Santa Cândida, Maria Helena Wenceslau Lemos.
Outro artigo bastante procurado nesta data são as velas. Também no Santa Cândida, o motorista Francélio dos Santos Almeida aproveitou a ocasião para ganhar um dinheirinho extra. Nestes últimos dias, ele tem estado em frente ao portão principal do cemitério vendendo pacotes de velas aos que chegam para homenagear os mortos. Um pacote com seis unidades é vendido por R$ 1. “Sou motorista, mas há oito anos vendo velas nas proximidades do Dia de Finados. É um dinheirinho a mais que entra para o sustento de minha esposa e de minhas duas filhas”, conta. Ontem, das 8h às 9h45, Francélio vendeu onze pacotes.
Mais ônibus
A Prefeitura reforçou as linhas de ônibus que passam por cemitérios. Foram criadas três linhas especiais que vão funcionar só hoje para os cemitérios do Boqueirão, Bonfim, em São José dos Pinhais, e Jardim da Saudade II, em Pinhais. No terminal do Santa Cândida será instalada uma catraca extra para evitar filas, já que o cemitério vizinho é o maior da região norte da cidade.