Cinqüenta famílias invadiram um terreno em Araucária na última sexta-feira à noite. Mas na manhã de ontem, policiais militares estiveram no local e desmontaram as barracas de lona. Os moradores, que saíram da área sem resistência, reclamam que há oito anos estão na fila da Cohab, esperando um lote para construir.
O morador Marcelino Beltrano, 34 anos, conta que duas viaturas da Polícia Militar chegaram ao local e policiais desceram armados. Para evitar o confronto, os invasores saíram sem oferecer resistência, já que estavam acompanhados de mulheres e crianças. Mesmo assim, um menino acabou se ferindo no rosto com arame farpado.
A área invadida fica em frente ao bairro Iguatemi, onde moram as famílias que invadiram o local. Eles reclamam da falta de infra-estrutura, principalmente a falta de rede de esgoto e água encanada. Em alguns terrenos, o poço de onde tiram a água para beber fica perto de valetas. Além disso, o espaço se tornou pequeno para tanta gente. Marcelino Beltrano, pai de três filhos, mora nos fundos da casa da mãe. Ele diz que já procurou ajuda na Prefeitura, mas não foi atendido. Beltrano afirma que está disposto a pagar por um terreno, desde que seja cobrada uma prestação acessível.
Pedro José dos Santos, 19 anos, vive a mesma situação. Casou há pouco tempo e tem de morar com a mãe. No terreno não há mais espaço para construir outra casa. Iolanda da Silva Santos, 32 anos, mãe de sete filhos, também participou da tentativa de invasão. Ela diz que mora de favor num terreno de um amigo e está lutando, há seis anos, por um lote. Os moradores reclamam que a área está abandonada há mais de vinte anos. Segundo eles, o local virou um depósito de lixo e de animais mortos.
