43 cursos dependem de avaliação

O governo do Estado vai manter suspensa a abertura de novas turmas em 43 cursos de cinco universidades estaduais até que se faça uma avaliação do impacto orçamentário-financeiro. O anúncio foi feito ontem pelo secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi. Caso haja possibilidade financeira e interesse público na sua manutenção, as universidades poderão voltar a abrir novas turmas.

“Chegamos ao limite da capacidade orçamentária. A situação só se reverterá se houver respaldo do ponto de vista financeiro, interesse público e mudanças internas das universidades”, afirmou o secretário. A medida do governo inclui o envio, por parte das universidades, de todos os processos pedagógicos dos cursos e um plano detalhado das necessidades de pessoal, custeio e investimento, além da fonte de recursos. “É uma mão-dupla”, afirmou, referindo-se à contribuição que as universidades deverão apresentar.

Orçamento

O orçamento da pasta Ciência, Tecnologia e Ensino é o terceiro do Estado. Para este ano, está previsto gasto de R$ 386 milhões com pessoal, R$ 37 milhões com custeio e R$ 7 milhões com investimentos. De acordo com o secretário, apenas os 21 cursos da Universidade Estadual de Maringá representam impacto de R$ 21,3 milhões. O vice-reitor da UEM, Angelo Priori, informou, no entanto, que o valor é para os anos de 2004, 2005 e 2006. O governo não conta com estudo que aponte o impacto que os 43 cursos representam nos cofres públicos. “O erro foi do governo anterior, e agora estamos tentando resolver”, comentou.

Segundo Rizzi, entre 2000 e 2002, o governo passado abriu 79 novos cursos – quase 60% do total criado desde 1995, que somam 132. De acordo com o secretário, a abertura de novos cursos tinha apenas interesses eleitorais e não havia planejamento orçamentário. Atualmente há 232 cursos em funcionamento nas universidades estaduais.

Sobre a autonomia das universidades, Rizzi reconheceu que as instituições têm autonomia didática pedagógica e na gestão orçamentária. Mas lembrou que as universidades “não podem autorizar despesas por conta própria.” “Não podem criar cursos sem passar pela autorização do governo, pela lei orçamentária e de responsabilidade fiscal”, afirmou.

A suspensão só é válida para turmas a partir de 2005. Isso significa que, para quem prestou vestibular para 2004 está assegurado o direito de concluir o curso. A informação tranqüilizou a reitoria da UEM, que realizará vestibular nos 21 a 24 e temia ter que cancelar as provas para os cursos em questão. “Vamos garantir o direito dos estudantes, para que os cursos sejam reconhecidos e eles tenham o diploma”, tranqüilizou o secretário, referindo-se àqueles que já estão nas universidades.

Universidades

Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), que teve um curso suspenso (Zootecnia), a informação da assessoria de imprensa é que a reitoria deverá recorrer e mostrar que o curso foi criado com condições. “A pró-reitoria está reunindo argumentos”, informou a assessoria.

Na UEM, segundo o vice-reitor Angelo Priori, o argumento é que a maioria dos cursos em questão já conta com boa estrutura. Segundo ele, os cursos que demandam mais recursos são os do campus Umuarama, além das três engenharias de Maringá. O investimento necessário para esses cursos, segundo ele, é de R$ 10 milhões.

Na Universidade do Oeste (Unioeste), o reitor, Alcebíades Luiz Orlando, informou que deve enviar hoje ofício ao governo do Estado. Segundo ele, os dois cursos (Enfermagem em Foz do Iguaçu e Administração, em Francisco Beltrão) têm autorização do MEC e do governo. “O que houve foi um remanejamento de vagas”, alegou.

Cursos iniciados a partir de 2000 sem autorização governamental para funcionamento

Universidade

Município

Curso

UEL

Londrina

Zootecnia

UEM

Maringá

Ciências Sociais

  

Arquitetura e Urbanismo

  

Eng. de Alimentos

  

Eng. de Produção (4 ênfases)

  

Eng. Mecânica

  

Estatística

  

Filosofia

  

Secretariado Trilíngüe

  

Música

 

Umuarama

Agronomia

  

Medicina Veterinária

  

Tecnologia de Alimentos

  

Tecn. Construção Civil

  

Tecn. Meio Ambiente

 

Cianorte

Design

  

Moda

 

Cidade Gaúcha

Eng. Agrícola

UEPG

Ponta Grossa

Química Tecnológica

  

Eng. Computação

  

Ciências Biológicas

  

Enfermagem

  

Zootecnia

  

Artes Visuais

  

Artes Música

 

Palmeira

Pedagogia

Unicentro

Guarapuava

Filosofia

  

Serviço Social

  

Pedagogia

  

Educação Física

  

Comunicação Social

  

Física

  

Farmácia

  

Arte Educação

  

Eng. Ambiental

  

Fonoaudiologia

  

Psicologia

  

Turismo

  

Administração

  

Geografia

  

História

Unioeste

Foz do Iguaçu

Enfermagem

 

Francisco Beltrão

Administração

Fonte: Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

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