Os primeiros resultados do Programa Saúde na Escola (PSE), divulgados neste mês, apontam que 33,74% dos alunos da rede pública municipal de Curitiba estão com excesso de peso. Em junho deste ano, o Saúde na Escola foi universalizado e passou a acompanhar cerca de 144 mil alunos da rede pública de ensino – até o ano passado, apenas 14 mil estudantes eram avaliados pelo programa. Todos os estudantes passam por avaliação da saúde bucal, situação vacinal, antropométrica (peso e altura), oftalmológica e auditiva. Até o final de novembro, 79,36% dos educandos já tinham sido avaliados, num total de 114.230 alunos.
Obesidade
Na avaliação antropométrica, 33,74% dos estudantes apresentaram excesso de peso – 19,56% estão com sobrepeso e 14,19% já são considerados obesos, pois apresentaram índice de massa corporal (IMC) superior a 30. Apenas 2,13% estão com baixa estatura e 2,01% abaixo do peso (IMC inferior a 18,5). “Se, por um lado, problemas como desnutrição estão quase descartados da realidade curitibana, as questões relacionadas ao excesso de peso estão aparecendo cada vez mais cedo. E a situação deve ser encarada com a mesma seriedade porque crianças obesas têm grandes chances de se tornarem adultos obesos e desenvolverem outras doenças como diabetes e cardiopatias”, destaca o secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda.
Visão
Mais de 2,1 mil estudantes foram encaminhados para tratamento oftalmológico especializado, por meio do Projeto Olhar Brasil, por apresentarem algum problema de visão. Entre as crianças com idade de três meses e 3 anos e 11 meses que estão nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) os profissionais estão fazendo a sondagem do teste do olhinho para avaliar aquelas crianças que não foram examinadas logo após o nascimento. Aqueles com mais de seis anos, passam pelos exames tradicionais (exame de Snelling) para avaliar a acuidade visual.
Segundo a médica Daniela Mori Branco, referência técnica do PSE na Secretaria Municipal da Saúde, o teste do olhinho só foi implantado na rede pública de Curitiba em 2011 e, por isso, boa parte das crianças que nasceram antes disso não passaram por nenhuma avaliação oftalmológica. “Os profissionais ficam atentos aos sinais de alerta para catarata congênita e tumor na retina (retinoblastoma), que são os principais fatores de cegueira entre crianças. São duas doenças que, se tiverem tratamento precoce, apresentam grandes chances de cura”, explicou.
Audição
Com relação à avaliação auditiva, 8% dos avaliados apresentaram alterações com necessidade de encaminhamento para atendimento de fonoaudiologia e otorrinolaringologia. “Qualquer problema na visão ou na audição compromete a qualidade de vida do aluno e reflete diariamente no seu rendimento escolar”, salientou Massuda.