Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (26) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que 57,4% das estradas brasileiras apresentam deficiências, sendo que 26,9% estão em estado crítico.

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No Estado foram avaliados 5.326 quilômetros de rodovias pavimentadas, dos quais, 6,9% das estradas apresentam estado geral ótimo; 33% bom; 32,1% regular; 21,7% ruim e 6,3% péssimo. Situação bem diferente das rodovias concedidas à iniciativa privada (pedagiadas), cujas respostas foram: 36,2% ótimo; 48,1% bom; 14,5% regular; 1,2% ruim e 0% péssimo.

Enquanto as rodovias pedagiadas apresentaram 2.227 quilômetros avaliados entre ótimos e bons, os trechos sob responsabilidade exclusiva do Estado ou da União apresentaram apenas 1.071 quilômetros com a mesma avaliação. A pesquisa percorreu extensões praticamente iguais entre as rodovias pedagiadas e as públicas.

Mesmo com esta avaliação positiva das rodovias pedagiadas, o Sindicato das Transportadoras de Cargas do Paraná (Setcepar) faz uma ressalva. O preço pago ainda não é o ideal. Segundo Gilberto Cantu, presidente do sindicato, as concessionárias não investiram na duplicação ou melhorias necessárias nas rodovias.

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O pedágio, segundo Cantu, reduziu o custo de manutenção dos caminhões, porém, o valor economizado foi revertido para o pagamento de pedágio. “Dependendo do trecho que se faz, o custo do pedágio chega a ser quase 60% do valor do combustível”, afirmou Cantu.

Para o presidente, as concessionárias deixaram de investir na infraestrutura necessária nas rodovias, sem contar os trechos que deveriam ser duplicados e ainda não foram. Exemplo é a BR-376, que ainda apresenta pontos que não foram duplicados, aumentando o risco de quem utiliza a rodovia.

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“O modelo de concessão foi feito sem nenhum estudo anterior, tudo foi feito às pressas. Nada foi planejado”, disparou. A indignação do presidente é referente à concessão da BR-277, pedagiada desde 1997.

O alto preço pago pelos caminhoneiros, segundo Cantu, incide diretamente no preço final de um produto. “Uma carga de soja, por exemplo, levada de Cascavel para o Porto de Paranaguá, custa R$ 1,4 mil ida e volta. O que representa 30% do valor do frete”, revelou.