A Delegacia Regional do Trabalho do Paraná libertou nesta terça-feira (10) 28 trabalhadores encontrados pela Fiscalização Móvel Rural em situação análoga à de escravos em uma fazenda em Campina Grande do Sul , região metropolitana de Curitiba.
Segundo o coordenador nacional de um dos grupos móveis de Fiscalização do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e Emprego, e auditor fiscal do Trabalho, Benedito Lima, eles faziam a poda e a limpeza de plantações de pinus, árvores usadas principalmente como fonte de matéria-prima para indústrias de madeira serrada e laminada, chapas, resina, celulose e papel.
?Os trabalhadores estavam em alojamentos com péssimas condições de higiene e conservação?, disse Lima.
De acordo com a fiscalização, eles foram contratados por dois empreiteiros. Um deles mantinha os trabalhadores em situação de servidão por dívida e o outro, por retenção dolosa de documentos. No local, foi encontrado um caderno com anotações de despesas de alimentos, instrumentos de trabalho e promissórias assinadas em branco pelos trabalhadores, além das carteiras de trabalho apreendidas.
A empresa pagou R$ 111,3 mil em multas rescisórias. O valor mais alto pago foi de R$ 22.883,33 a um dos trabalhadores que atuou por 20 anos sem contrato formal com o empreiteiro. A fazenda é propriedade da Agropastoril Novo Horizonte S/A, que foi notificada pelo ministério para a assinatura do Termo de Ajusta de Conduta.