O Governo do Estado do Paraná deu mais um importante passo no que diz respeito à saúde e qualidade de vida dos estudantes paranaenses. Um estudo inédito no Estado, apresentado nesta segunda-feira, dia 2, em Curitiba, apontou os números referentes à prevalência do excesso de peso entre jovens de 12 a 18 anos nas escolas públicas do Paraná. Foram analisadas as amostras de 17 mil alunos de 361 escolas, em 94 municípios de todos os 32 Núcleos Regionais de Educação do Estado.

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Entre a coleta de dados e a formatação, a pesquisa levou um ano para ser concluída. O relatório foi realizado pela Secretaria de Estado do Esporte e Turismo do Paraná em parceria com as Secretarias de Estado da Saúde, da Educação, da Família e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com os Conselhos Regionais de Medicina, de Educação Física, de Nutrição e de Psicologia, envolvendo centenas de profissionais de diversas áreas da saúde, educação e esporte.

O estudo constatou que 22,8% dos estudantes paranaenses estão com excesso de peso e destes, 16% apresentaram índices de sobrepeso, 4,3% têm números que levam ao baixo peso e 6,8% foram apontados como obesos. 72,9% dos alunos paranaenses estão com o peso esperado, levando em conta os números aferidos pela pesquisa. O estudo também apontou a média de sobrepeso entre as capitais brasileiras, que é de 24,1%.

A região com maior prevalência de sobrepeso é a que engloba Curitiba, Região Metropolitana e Litoral, com 28,1% de alunos acima do peso ideal. A região que tem os melhores índices é a Sudeste, com uma marca de 14,8% dos alunos com peso corporal considerado ideal. O baixo peso, que representa a parcela da população escolar abaixo dos índices ideais de massa corporal para a idade, é prevalente nas regiões Oeste (6,4%) e Norte Central (6,3%). Em nível nacional, a região Sul possui 27,7% da população escolar com excesso de peso, enquanto que o Sudeste tem 22,9%. Os Estados da região Nordeste apresentaram 21,8%, do Centro- Oeste 17,9% e do Norte, 18,1% de alunos com taxas acima das consideradas ideais, de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC) dos indivíduos pesquisados.

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Para o secretário do Esporte, Evandro Roman, os números apresentados revelaram uma preocupação no que diz respeito à saúde da população paranaense. “As taxas de sobrepeso são responsáveis por doenças graves. Os números da pesquisa revelaram que estamos caminhando para uma população doente, com sérios riscos de ter diabetes, cardiopatias ou doenças articulares. Antes disso acontecer vamos tomar as medidas necessárias e iniciar o trabalho de conscientização junto aos alunos, pais e professores”, avisa.

Segundo Evandro, a questão cultural em determinadas regiões contribuiu para os números elevados. “O Paraná é um Estado que mantém bolsões culturais, como a colonização de etnias que ainda mantêm certo sedentarismo e com alto consumo de gordura animal e carboidratos. Em outros aspectos, vimos também que alguns pais saem muito cedo para trabalhar e voltam tarde para casa. Eles acabam optando por deixar alimentos de fácil acesso para os filhos comerem em casa, como salgadinhos, refrigerante e biscoitos recheados, depois que voltam da escola. Crianças precisam sentir prazer em vestir uma camiseta, um tênis no pé e praticar esportes com seus amigos, em suas cidades”.

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Entre outros dados, a pesquisa também revelou os esportes prediletos das crianças paranaenses. O futebol lidera a lista com a preferência de 69,3% dos rapazes e 29,1% das moças. O Voleibol é a única modalidade em que as meninas praticam com mais frequência. Enquanto o esporte é o predileto de 41,4% das garotas, apenas 32,1% dos garotos o praticam. Nos esportes individuais, a pesquisa revelou que a natação é praticada por 19,6% dos alunos e por 16% das alunas. Lutas, atletismo e tênis de campo, respectivamente, completam a lista, dos esportes mais queridos.

Ainda segundo os dados da pesquisa, o consumo de refrigerante mostrou ser o grande vilão da mesa do estudante paranaense, já que 94% dos entrevistados afirmaram consumir diariamente a bebida. Frutas são consumidas por aproximadamente 30% dos alunos, hortaliças por 36% e 24% deles declararam consumir frituras todos os dias. Outras determinantes apontaram que o filho único tem 90% de chances de apresentar excesso de peso corporal. Os jovens cujas famílias são de classe econômica mais alta têm 86% de chance, enquanto as de renda mais baixa somaram 64%.

O assessor técnico-científico do Programa Paraná Saudável, Dartagnan Pinto Guedes, responsável pela pesquisa inédita, disse que o relatório vai dar aos profissionais da saúde, do esporte e da educação mais critérios para tratar a questão do excesso de peso de forma mais eficaz. “O futuro está aí e não podemos ficar parados, aliás, os nossos alunos não podem ficar parados. Todos devemos fazer atividades físicas, mas o aluno, o jovem, precisa muito mais. Brincar no recreio, em casa, onde for, só faz bem e ajuda muito para a perda de gordura e na redução de medidas. Pratiquem atividades físicas e mantenham bons hábitos alimentares. Com pequenas atitudes já poderemos observar bons resultados rumo à um Paraná muito mais saudável”, incentiva Dartagnan.

Além do secretário Evandro e do assessor Dartagnan, também estiveram presentes na apresentação o secretário da saúde, Michele Caputo Neto e o professor Aluísio Rosa, que na ocasião representou o secretário e vice-governador Flávio Arns. Lissandro Dörst, presidente do Instituto Paranaense de Ciência do Esporte, e Dilson Martins, coordenador de inovação e desenvolvimento esportivo da Secretaria do Esporte e Turismo, também integraram a mesa.