O Paraná irá reforçar as barreiras sanitárias na divisa com Mato Grosso do Sul, Estado onde já foram constatados 22 focos de febre aftosa, anunciou hoje o secretário de Agricultura Orlando Pessuti, um dia depois de o Laboratório Nacional de Apoio Agropecuário (Lanagro) ter descartado a presença do vírus no Estado. "Podemos ser criticados por excesso de zelo, jamais por omissão", enfatizou Pessuti, acrescentando que será estudada uma forma de indenizar os produtores de leite, principais prejudicados pela suspeita de aftosa no Estado.
Somente na região dos Campos Gerais, maior centro leiteiro do Estado, o prejuízo foi de aproximadamente R$ 1 milhão. O leite cru não pôde ser comercializado com São Paulo, principal consumidor deste produto, explicou Rogério Wolf, coordenador de produção leiteira da Castrolanda, uma das maiores cooperativas da região. O prejuízo só não foi maior porque os 600 mil litros de leite produzidos por dia foram pasteurizados em outros laticínios.
Até o final da tarde de hoje, os produtores dos Campos Gerais não tinham como enviar o leite para São Paulo, cujo bloqueio ainda não havia sido suspenso. "Esperamos que esta situação se reverta o quanto antes", disse Wolf. O Sindicato do Leite do Paraná vai avaliar o prejuízo do setor em reunião marcada para o dia 16, em Curitiba, onde também será formalizado o pedido de indenização ao governo estadual.
Os prefeitos da região sob suspeita estavam ansiosos hoje, esperando o comunicado oficial do Ministério à Secretaria de Agricultura suspendendo a intervenção sanitária. "Somente depois de recebermos o comunicado é que vamos levantar as barreiras", disse a prefeita de Grandes Rios, Eliane Luís Ricieri. "Agora vamos fazer a contabilidade do prejuízo e negociar a indenização." Grandes Rios produz 30 mil litros diários de leite.
Em Loanda, as barreiras intermunicipais foram desativadas, segundo o secretário de Agricultura Onilson Garcia Baronceli, mas quatro propriedades ainda estão interditadas por ainda estarem sob suspeita.
A prefeita de Amaporã, Terezinha Fumiko Yamakawa, afirmou que somente depois do comunicado oficial irá decidir se suspende o estado de emergência, em vigor há mais de uma semana. O município, com cerca de 6 mil habitantes, depende da agropecuária. O comércio praticamente parou desde o anúncio da suspeita da aftosa.