A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos vai coordenar a implantação de um projeto piloto para recolhimento de agrotóxicos que não são mais utilizados e que ainda estão armazenados em propriedades rurais do Paraná.

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São considerados agrotóxicos fora de uso produtos antigos, sem identificação ou provenientes de empresas que não existem mais. O projeto tem como objetivo eliminar, nos próximos três anos, cerca de 1,5 mil tonelada de agrotóxicos em desuso, como o BHC.

Além de técnicos da Secretaria do Meio Ambiente, profissionais especializados no assunto da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, Secretaria da Fazenda e Secretaria da Saúde estão trabalhando na montagem do projeto.

Outras entidades como o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV), a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (FETAEP) e Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV) também já manifestaram apoio e irão participar do projeto.

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De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, é provável que grande parte destes produtos estejam com prazo de validade vencido, encontrem-se armazenados clandestinamente ou tenham sido apreendidos. ?Um dos maiores vilões deste projeto é o BHC, também conhecido como pó-de-broca, banido na maioria dos países há mais de 20 anos?, citou Cheida.

Efeitos

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O secretário destacou a importância do projeto citando duas situações: uma delas ilustra os males ao ser humano causados pelos agrotóxicos e a outra demonstra que o Paraná ainda possui estocado, clandestinamente, grandes quantidades de agrotóxicos.

?Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Londrina recolheu o leite de 20 mães e descobriu traços de agrotóxicos em quase 100% das amostras?, argumentou o secretário. ?Ele está lá, no corpo da mãe e, agora, desde a primeira mamada, no corpo do bebê. Seus efeitos podem causar desde simples tremores a paralisias e até mesmo alguns tipos de câncer?, completou.

A segunda situação ocorreu em uma estrada no Norte do Estado, de acordo com o secretário. ?Quando um tratorista baixou a lâmina da motoniveladora para readequar uma estrada rural, uma nuvem branca ergueu-se sobre sua cabeça. Ele havia dado de encontro com um estoque de BHC, enterrado no leito da estrada há mais de duas décadas?, disse Cheida. ?Não podemos fechar os olhos para esta realidade?, acrescentou o secretário.

A Secretaria do Meio Ambiente irá participar do projeto por meio do programa Desperdício Zero. O programa possui uma vertente direcionada ao recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos.