O Governo do Paraná vai apresentar em Brasília entre os dias 26 e 29 suas ações pioneiras em defesa dos povos indígenas paranaenses durante a Conferência Regional das Américas ?Avanços e Desafios sobre o Plano de Ação contra Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas?. A conferência será realizada pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial com apoio do Ministério das Relações Exteriores do Chile.
O convite foi feito ao coordenador de Assuntos Indígenas, da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, Edívio Battistelli, e outros dois estudantes indígenas. A índia guarani Silvana Benites, que preside a Organização de Resgate Crítico da Cultura Indígena, na região de Castro, e o índio caingangue estudante de Direito da Universidade Estadual de Maringá, Ivan Bribis. Eles foram os três únicos paranaenses convidados a falar sobre a população indígena do Paraná e a repercussão das medidas implantadas.
A abertura do evento ocorrerá a partir das 17 horas no Palácio do Planalto. A solenidade oficial será realizada com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de representantes do sistema das Nações Unidas, ONU. O presidente da República fará o pronunciamento oficial e serão assinados acordos de Cooperação entre Brasil/Uruguai e Brasil/Cabo Verde direcionados à Promoção de Políticas de Igualdade Racial.
Durante os três dias de Conferência serão avaliados os avanços e desafios no Plano de Ação Contra Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, tendo por base os compromissos firmados na Conferência de Durban, na África do Sul. ?No Paraná estruturamos algumas ações pioneiras e eficazes que têm trazido imenso retorno para as comunidades indígenas em nível de preservação cultural, educação e desenvolvimento?, disse Battistelli.
Ele citou como exemplo de iniciativas que serão apresentadas durante a conferencia as vagas diferenciadas para participação indígena nas Universidades públicas. O ?Artesanato que alimenta? troca do alimento pelo artesanato indígena e o magistério indígena ? educação escolar indígena diferenciada, Telecentros, entre outros
Inclusão
Como parte do processo de inclusão das comunidades indígenas o secretário especial de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, lembrou que os programas direcionados às comunidades são transversais no governo e envolvem diversas Secretarias. ?Apenas o fim do déficit habitacional em terras indígenas com o Programa ?Casa da Família Indígena?, da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), já justificaria o trabalho a favor dos indígenas?, destacou Nizan.
Foram construídas 955 moradias, sendo que os projetos das casas seguem a arquitetura tradicional de cada uma das etnias existentes no Paraná ? Caingangue, Guarani e Xetá, mas inserindo necessidades atuais como água encanada, luz elétrica, construção em alvenaria, telhas em barro e janelas de vidro.
Artesanato que alimenta
O Provopar desenvolve desde junho de 2005 um trabalho pioneiro nas comunidades indígenas, que envolve a troca de artesanato por alimentos, valorizando e incentivando a produção artesanal. São 900 famílias atendidas por mês e nove mil trocas de alimentos por artesanatos já foram promovidas em apenas um ano. O Programa está garantindo redução do tempo de permanência dos índios nas cidades e das crianças nas estradas em busca de alimentos.
O Programa Leite das Crianças atende atualmente todas 18 comunidades indígenas do Paraná e o Programa Luz Fraterna investe mensalmente R$ 1,9 milhão para levar energia às famílias indígenas.
Nizan ressaltou ainda a implantação de Telecentros nas aldeias, de programas ambientais e do espaço multicultural indígena, inaugurado recentemente, no Parque Newton Freire Maia.