Paraná vai adotar ?vazio? contra ferrugem

O Paraná vai adotar o vazio sanitário para o plantio de soja a partir de 2008. Entre 15 de junho e 19 de setembro não deverá haver plantio do grão no Estado. As plantas de soja, que nascem nas beiras de estradas, caminhos e ferrovias serão eliminadas. A medida já foi adotada em outros estados pelo governo federal para evitar a disseminação da ferrugem asiática. A proposta foi avaliada nessa segunda-feira (18) durante reunião do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária, em Curitiba.

A resolução instituindo o vazio sanitário deverá ser assinada pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, após o aprofundamento das discussões de algumas medidas técnicas. A resolução vai criar o Programa Estadual de Controle da Ferrugem Asiática, marcando a adesão do Paraná ao Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, implementado pelo Ministério da Agricultura em 29 de janeiro deste ano.

De acordo com o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Carlos Alberto Salvador, o vazio sanitário para a soja é uma medida de consenso com os setores produtivo e de pesquisa e não deverá causar impacto econômico à produção de soja no Paraná. ?Pelo contrário, ele será benéfico porque vai reduzir a incidência da doença e seus prejuízos?, avalia Salvador.

O plantio de soja no Paraná ocorre basicamente no período da safra de verão, entre outubro e fevereiro, quando são ocupados 4 milhões de hectares com a cultura. A soja safrinha, plantada no inverno, que será afetada pelo vazio sanitário, ocupa uma área de apenas 75 mil hectares em todo o Estado. Portanto, pode haver uma migração dos produtores para outras culturas, sem maiores problemas, segundo Salvador.

A ferrugem asiática entrou no Brasil e no Paraná no final da safra de verão 2000/2001. No primeiro ano, provocou queda de produtividade de 70% nas lavouras afetadas. Na safra 2003/2004, provocou a perda de 4,5 milhões de toneladas de soja no Estado. A doença é muito agressiva, provocada por um fungo de alta capacidade de reprodução e que necessita de hospedeiro vivo para sobreviver, no caso, as plantas de soja.

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