A única estatística sobre o número de deficientes visuais no Paraná envolve os alunos matriculados em 674 escolas públicas. Essa população em idade escolar, entre 7 e 18 anos, não chega a 3.500 pessoas. Desses alunos, 953 são cegos, 2.536 apresentam baixa visão, entre 10 e 15%, e 822 necessitam de material ampliado para estudar. Outros 183 fazem reforço no Centro de Atendimento ao Aluno com Deficiência Visual. Os dados são da Secretaria da Educação.
Para efeito de planejamento envolvendo toda a população com deficiência são usados números estimados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e FGV (Fundação Getúlio Vargas). A OMS revela que 10% da população mundial detém algum tipo de deficiência (5% mental, 2% física, 1,5% auditiva, 1% multiplas e 0,5% visual). Já na avaliação do IBGE e FGV, a deficiência atinge 14,7% da população brasileira.
A falta de números mais próximos, tem sido uma das preocupações do coordenador do Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência (PPD) da Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social, José Simão Stczaukoski. Como deficiente visual, ele tem sido requisitado para palestras sobre deficiências, como no I Seminário de Debate: Trabalho e Cidadania, realizado no fim do mês passado em Toledo, onde falou para uma platéia de 150 pessoas.
Simão fez um histórico das pessoas com deficiência no mundo e falou dos avanços e retrocessos, preconceito e discriminação, educação e trabalho, parcerias e interfaces, empresas cidadãs e socialmente responsáveis, tendências do mercado e as novas terminologias.
Sobre a denominação dos deficientes, alguns termos já foram descartados, como portadores de deficiência e de necessidades especiais. ?O mais moderno é a pessoa com deficiência. Hoje, eu porto uma deficiência, mas com o avanço da medicina eu posso voltar a enxergar amanhã. Estou deficiente, não porto a deficiência?.
Ainda sobre as estatísticas, ele calcula que Curitiba e Região Metropolitana existem hoje cerca de 3 mil cegos, sendo que 70 possuem curso superior, 15, pós-graduação, e 2 fizeram doutorado.
Outro dado oficial sobre deficientes no Estado é com relação ao programa Benefício de Prestação Continuada (BPC), do Governo Federal, mas é restrito às famílias que vivem com menos de 1/4 de salário mínimo por pessoa. Estão nessas condições, atualmente, 54.543 deficientes, que recebem um salário mínimo por mês. O repasse de maio foi de R$ 16.541.201,00. Nos últimos 12 meses, de maio a maio, entraram no Paraná R$ 52,5 milhões através do BPC.