Paraná será o primeiro a adotar o sistema único de inspeção sanitária

O Paraná é o primeiro Estado a promover uma discussão sobre o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Animal (Suasa) entre técnicos da Secretaria da Agricultura, Ministério da Agricultura e Ministério do Desenvolvimento Agrário. Nesta quinta-feira (17) profissionais das três entidades reuniram-se em Curitiba para avaliar as possíveis mudanças no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/Poa), que possam atender os anseios de agricultores que se dedicam à produção de alimentos.

Ao mesmo, tempo, a novidade possibilitará que um maior número de agricultores familiares ofereça seus produtos das agroindústrias ao mercado consumidor de acordo com as exigências legais.

Desde o início de agosto, os Estados e municípios já podem aderir ao Suasa. Com isso, espera-se o fim das barreiras municipais para a venda de produtos das agroindústrias familiares. O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, destacou a importância da discussão. ?Atualmente, de acordo com a legislação vigente, alguns dos principais obstáculos para a instalação de novas agroindústrias são as exigências colocadas pela legislação. Grandes e pequenos empreendimentos acabam tendo que atender os mesmos critérios. Com o Suasa, esses obstáculos deixam de existir. E a agroindústria familiar passa a ter mais condições de conquistar novos mercados?, explicou.

Ribas ainda propôs que  a adesão do Paraná ao Sistema seja discutida na próxima reunião do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), que deverá acontecer em Curitiba nos próximos dias. ?Considero relevante que os resultados de uma inspeção sanitária única para produtos de origem animal sejam apresentados e analisados pelos representantes das 35 entidades dos setores público e privado que integram o Conesa?, afirmou.

Segundo ele, a inovação trazida pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Animal acaba beneficiando todos os elos das cadeias produtivas que integram o setor agropecuário, voltados à produção de alimentos para consumidores cada vez mais exigentes no que se refere à qualidade dos produtos que adquirem.

A adesão do Paraná ao Sistema poderá ampliar a participação da agroindústria familiar do Estado no mercado nacional, segundo avaliação do coordenador estadual do Programa da Agroindústria Familiar ?Fábrica do Agricultor?, Abdel Naser. ?O produto da agroindústira familiar do Paraná sempre se destacou pela qualidade. O limitante era a legislação sanitária. Com a unificação do serviço de inspeção sanitária, o obstáculo já não existe?, disse.

Naser lembrou que alguns produtos oferecidos nas Feiras Sabores do Paraná, até então, só poderiam ser comercializados em seus municípios de origem. ?Caso o Paraná adere ao Sistema, aqueles produtos poderão ser comercializados em todo o País?, informou.

Como incentivo à agroindústria familiar, já foram realizadas sete Feiras em Curitiba, além de mais de 60 feiras regionais. ?Os produtos da agroindústria familiar do Paraná também podem ser encontrados em 43 gôndolas de supermercados, existentes em várias cidades do Estado?, afirmou. 

Para o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Nelmon de Oliveira da Costa, fazer com que o Sisbi/Poa trabalhe de forma única em todo o País é um desafio. ?O consumidor não quer saber se o produto que consome passou por uma inspeção sanitária municipal, estadual ou federal. Para ele, o importante é que o alimento esteja inspecionado e tenha a qualidade necessária para assegurar a saúde de quem o consome?, afirmou.

O superintende do Ministério da Agricultura no Paraná, Valmir Kowalewski, elogiou a iniciativa de realizar a reunião no Paraná. ?Para o Estado, é uma grande conquista. Estamos iniciando um diálogo, que visa colocar novos agricultores familiares no mercado?, comentou.

Além da inserção de um maior número de agricultores familiares no mercado, Kowalewski destacou a importância da inspeção sanitária para garantir a oferta de produtos com qualidade assegurada. ?Significa uma maior vantagem para o consumidor final. Estaremos contribuindo para a saúde pública?, disse.

O interesse dos agricultores familiares por um serviço de inspeção sanitária que atenda suas reivindicações foi lembrado pelo delegado-substituto da Delegacia do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Paraná, José da Encarnação Leitão. ?Há anos que eles esperam por essa iniciativa. Isso porque, em suas unidades de transformação, eles conseguem fazer produtos de qualidade, que garantem a saúde de quem os consome?, afirmou.

Leitão registrou que o atual serviço de inspeção pode avançar por meio de parcerias. ?E o melhor lugar para ter parceiros é o Paraná. Até mesmo pelo apoio dado pelo Governo do Estado à agricultura familiar. Há um entendimento pleno de que o Suasa é importante para o desenvolvimento do setor. Através dele, o produtor agrega maior valor ao que produz, o que contribui para a sua permanência no campo?, concluiu.

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