Paraná sem aftosa

O resultado dos exames realizados pelo Laboratório Nacional de Apoio Agropecuário (Lanagro), em material colhido no Paraná, além de confortador, dá razão aos que receberam com ceticismo os rumores da localização de focos de febre aftosa no Estado. O Ministério da Agricultura confirma que não há vestígios da doença bovina em território paranaense.

Como primeira medida, imposta pela extensão do dano originário do fechamento do mercado externo à carne brasileira, cabe ao governo reforçar o rol de providências no sentido de ratificar aos compradores a inexistência de barreiras sanitárias à compra da carne paranaense.

Num período superior a dez anos, nenhum foco de febre aftosa havia sido detectado no Paraná graças ao rigoroso sistema de acompanhamento e avaliação das campanhas de vacinação e, mais, ao apurado nível de desenvolvimento tecnológico da pecuária regional.

De repente, o investimento de longos anos de experiência e dedicação à atividade corre o risco de esvair-se pela precipitação com que algumas notícias são propagadas. O prejuízo causado pela suspensão da importação de carne brasileira por cerca de 50 países será recuperado com um grande investimento na excelência comprovada da pecuária.

Não se pode imaginar que mero churrasco oferecido pelo presidente Lula a seu colega norte-americano, com carne produzida no Mato Grosso do Sul, onde os focos de aftosa foram realmente comprovados, levante o imenso véu de suspeitas que paira sobre a qualidade sanitária do rebanho.

Outras iniciativas devem ser tomadas com urgência e, nesse aspecto, as representações diplomáticas nos países fechados total ou parcialmente à importação de carne passam a ter papel preponderante. Uma ação ordenada e sistêmica deverá ser desencadeada junto aos compradores, objetivando eliminar as dúvidas persistentes.

A estimativa do abate de vinte mil bovinos passíveis de contaminação no Mato Grosso do Sul é um atestado convincente da disposição do governo em não deixar nenhum item a descoberto na batalha contra a doença.

O dinheiro a ser gasto com a devida indenização aos proprietários, na retomada do comércio internacional da carne hoje embargado pelo rigor dos compradores, vai retornar com enorme vantagem.

É nessa direção que autoridades, pecuaristas e entidades representativas do setor devem trabalhar, para extirpar a iminência duma crise prolongada.

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