Paraná reduz nível de degradação da Floresta Atlântica em cinco anos

O Programa Pró-Atlântica está garantindo a estabilidade da cobertura vegetal e queda no nível de degradação da floresta Ombrofila Densa, que faz parte do domínio da Mata Atlântica. O programa é coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

A informação faz parte de um levantamento que está sendo concluído sobre a cobertura florestal nos 15 municípios localizados entre a Planície Litorânea e o Vale do Ribeira, onde estão os maiores remanescentes de floresta. O estudo, produzido pelo o laboratório de inventário florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), está sendo feito com base na interpretação de imagens de satélite dos anos de 1986, 1997, 1999, 2000, 2002 e 2004.

A equipe está desenvolvendo ainda uma metodologia para monitorar periodicamente a evolução ou nível de degradação da cobertura florestal. ?Com esta metodologia o Paraná terá condições de controlar a evolução da cobertura florestal no futuro com dados próprios?, disse o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues. Os resultados finais serão apresentados no final do mês de junho pelos técnicos envolvidos.

O convênio foi firmado pelo Programa Pró-Atlântica, desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente em acordo de cooperação financeira com o banco Alemão KfW e que já investiu R$ 40 milhões em ações de fiscalização e monitoramento da floresta. ?O Paraná será o primeiro Estado brasileiro a contar com uma metodologia como esta, que possibilita a replicabilidade automática das informações?, afirmou coordenador do projeto, engenheiro florestal Julio Arce.

Segundo ele, as metodologias já existentes sempre dependeram da experiência de técnicos altamente capacitados. ?Agora qualquer profissional poderá utilizar a metodolgia, ela está mais acessível?, completou.

Atlas da Floresta Atlântica

Os dados do recente levantamento, realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e divulgados no último dia 26, apontam que o Paraná conseguiu reduzir em 88% o nível de desmatamento da Floresta Atlântica entre os anos de 2000 a 2005.

Desde 1989, a Fundação vem mapeando e monitorando os remanescentes florestais e ecossistemas associados da Mata Atlântica, utilizando tecnologias da área da informação, sensoriamento remoto e geoprocessamento para produção de informações permanentemente aprimoradas e atualizadas desse bioma. ?Os dados coincidem com os levantamentos que estão sendo realizados pela Universidade e demonstram que as ações desenvolvidas nos últimos cinco anos para proteção da Floresta Atlântica no Paraná têm sido eficazes?, disse o coordenador do Programa, Paulo de Tarso Lara Pires.

Segundo ele, o Programa concentrou seus investimentos utilizando um ?Plano Básico de Obras?, que proporcionou uma melhor distribuição e construção de novos postos para a Polícia Florestal, compra de equipamentos, veículos e barcos e treinamentos para os funcionários do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Batalhão de Polícia Ambiental, responsáveis pela fiscalização em campo. ?Estamos reduzindo comprovadamente as infrações ambientais na área de abrangência do Pró-Atlântica. As abordagens não têm apenas caráter repressivo, como também informativo e conscientizador da população?, explicou Paulo de Tarso.

Paraná

A Floresta Atlântica no Paraná representa hoje cerca de 80% da cobertura florestal remanescente do Paraná, permanece praticamente intacta em uma grande extensão territorial e pouco alterada em outras áreas. está entre as florestas que apresentam as maiores taxas de biodiversidade de todo o planeta Terra e também uma das mais ameaçadas.

A cobertura vegetal de floresta atlântica é responsável pela manutenção do microclima da região, regulando o regime hídrico dos cursos d\\\’água e garantindo a qualidade dos mananciais que abastecem os municípios do litoral e da Região Metropolitana de Curitiba.

Além disso, a cobertura do solo proporcionada dificulta o escorregamento dos terrenos instáveis das encostas, diminuindo assim as taxas de assoreamento dos rios e das baías existentes no Litoral.

Sem esta cobertura, ocorreriam alterações sensíveis nas taxas de reprodução da fauna do terceiro maior estuário marinho do mundo em termos de produção primária (e, conseqüentemente, a produção de recursos pesqueiros de uma grande região oceânica), como também inviabilizaria a operação do porto de Paranaguá, que é dependente da ?estabilidade? destas baías.

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