Paraná reduz em 30% mortes causadas por câncer ginecológico

Em cinco anos de funcionamento, o programa estadual de Prevenção do Câncer Ginecológico reduziu em 30% o número de mortes causadas pela doença. Foram 400 óbitos em 1997, contra 278 em 2001.
O programa, que busca detectar lesões na fase inicial e encaminhar as mulheres para o tratamento, realizou cerca de 2,3 milhões de exames preventivos (Papanicolau). “Neste período nós registramos uma queda de pelo menos 50% no número de casos da doença no Estado”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Luiz Carlos Sobania, durante a abertura do V Encontro Paranaense de Prevenção e Controle do Câncer Ginecológico, nesta sexta-feira (08), em Curitiba.
O evento, que termina neste sábado, apresenta os resultados do programa que foi implantado de forma pioneira pelo Paraná em 1997. Participam médicos, enfermeiros e técnicos das secretarias estadual e municipal de Saúde e também representantes do Governo Federal.
“O pioneirismo deste Estado e especialmente os bons resultados obtidos pelo programa é uma experiência que deve ser reproduzida em todo o País”, disse o chefe da divisão de Ações de Detecção Precoce do Instituto Nacional do Câncer, Luiz Claudio Thuler.
Segundo Thuler, o trabalho realizado no Paraná vem melhorando a qualidade de vida das mulheres portadoras da doença e promovendo a redução do número de mortes por câncer cérvico-uterino.
O secretário Sobania explicou que o programa estadual conscientiza as mulheres sobre a importância da prevenção, feita através de um exame simples, o Papanicolau. “Apesar disto o número de mulheres que nunca fizeram o exame e estão procurando as unidades de saúde pela primeira vez ainda é grande, e por este motivo todos os anos são realizadas campanhas de intensificação.”
No Paraná, a última campanha do programa, realizada em março deste ano, ultrapassou a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. Em um mês, o Estado realizou 93.815 exames em mulheres entre 35 e 49 anos, cerca de 20% a mais do que os 79.059 estabelecidos pelo Ministério. Fora dessa faixa etária, foram examinadas outras 113.029 mulheres.
Resultados – Em cinco anos, o programa estadual de Prevenção do Câncer Ginecológico registra a média mensal de 43 mil exames preventivos nos serviços de saúde municipais. “No início, cerca de 80% dos exames realizados apresentavam lesões de alto grau, hoje este número se inverteu e o mesmo índice representa as lesões de baixo grau, disse Márcia Huçulak, diretora de Sistemas de Saúde da secretaria.
Do total de exames preventivos realizados desde o início do programa até setembro deste ano, 44.621 apresentaram citologias alteradas (1,99%), ou seja, algum tipo de problema. “A doença se desenvolve lentamente, por isso o diagnóstico precoce e o tratamento adequado impedem uma evolução grave”, afirmou.
O Programa de Prevenção e Controle do Câncer Ginecológico funciona em todo o Paraná em parceria com a Sociedade Brasileira de Patologia/Associação Paranaense de Patologia, Fórum Popular de Mulheres, Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná e Associação Brasileira de Enfermagem.
Mama – Além da apresentação de resultados deste programa, o encontro discutiu também o Diagnóstico Precoce do Câncer de Mama.
Em março deste ano, o Governo do Estado lançou o Programa de Prevenção e Tratamento do Câncer de Mama, que complementa o Programa de Câncer Ginecológico. Os exames são oferecidos através do Sistema Único de Saúde (SUS). Para a implantação e custeio do primeiro ano do programa foram aplicados R$ 4,5 milhões.

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