A Secretaria estadual da Saúde já começou a distribuir para todas as Unidades Básicas de Saúde do Estado a vacina contra o vírus do rotavírus (Vacina Oral de Rotavírus Humano), responsável pela doença diarreica, que pode levar à morte por desidratação. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença diarreica aguda é uma das principais causas de morte em países em desenvolvimento.
Cerca de 1,3 bilhão de crianças menores de cinco anos em todo mundo contraem a doença todo ano e, destas, quatro milhões morrem. ?Este é um passo importante para a vigilância da doença e o objetivo da vacina é diminuir as ocorrências dos casos graves da doença em crianças com menos de dois anos?, explica o secretário Cláudio Xavier.
As 27 mil doses de vacina estarão disponíveis somente para as crianças que têm idades entre um mês e meio e cinco meses e meio e deverão tomar as duas doses da vacina. A primeira dose será dada às crianças com idades entre 6 a 14 semanas, o que equivale de um mês e meio a três meses e meio de idade. Já a segunda dose será aplicada em todas as crianças com idades entre 14 semanas a 24 semanas, equivalente a três meses e meio e cinco meses e meio de vida. Estarão disponíveis nos dois mil postos de saúde existentes no Paraná mais de 27 mil doses para a implantação da vacinação.
Até o final do mês chegarão mais 35 mil doses e depois disso entrarão no sistema de vacinas de rotina. As vacinas estarão disponíveis para a população durante o ano todo.
Para se chegar a esta idade de vacinação foram feitos testes, pelo laboratório produtor da vacina, em 70 mil crianças. Os testes identificaram essa faixa etária como a que melhor responde à vacina e por determinar imunidade depois dos seis meses de idade, por ser esta a idade com maior exposição à doença. ?Esta vacina diminuirá os casos mais graves da doença, diminuindo assim a mortalidade infantil em conseqüência dessa doença?, conta Trevisan.
No Paraná, este ano ainda não foram registrados surtos de rotavírus e no ano passado ocorreram 45 casos em nove surtos, em quatro cidades diferentes.
Para aumentar a vigilância com relação ao vírus, a Secretaria desenvolve uma vigilância maior primeiramente na cidade de Paranaguá. A cidade foi escolhida porque concentra uma população de crianças com menos de dois anos, ideal para a avaliação, sendo também uma população estável. Nas demais cidades do Estado a vigilância atuará de forma ampliada. ?Estamos solicitando aos profissionais de saúde que, sempre que ocorrerem surtos, informem imediatamente a vigilância epidemiológica do município?, avisa Trevisan.
A principal forma de transmissão da doença é a fecal-oral, isto é, fezes de doentes contaminam o meio ambiente, utensílios, mãos, alimentos e água, que contaminam outras pessoas. Outra forma de transmissão se faz da forma aerógena, quer dizer, transmissão pelo ar, através de espirro, tosse ou mesmo falando. ?Normalmente os surtos, em países em desenvolvimento, são causados pela forma fecal-oral?, alerta o responsável pelas doenças de transmissão hídrica e alimentar, Ronaldo Trevisan.
Sintomas
Os sintomas da doença são diarréia, vômito e febre, podendo durar de dois a quatorze dias. É muito importante que diante desses sintomas a população procure uma Unidade de Saúde o mais rápido possível para avaliação médica e tratamento necessários, lembrando que diarréia, independente da causa, pode levar a desidratação rápida, desnutrição crônica, retardo no desenvolvimento da estatura, do peso, da evolução intelectual e até mesmo à morte.
Segundo Trevisan, o Brasil esta dando um importante passo na vigilância das doenças diarreicas implantando a vigilância da doença em sua forma aguda causada por rotavirus. Apenas sete municípios no país estarão implantando essa vigilância caso a caso (notificação de caso), e um dos municípios contemplados é Paranaguá por atender a alguns requisitos como população estável (residentes sem migração), número de crianças menores de dois anos ideal para o estudo do impacto da vacina sobre as doenças diarreicas.
