Paraná quer mais qualidade no vinho

O enquadramento das pequenas cantinas e adegas de vinho à legislação sanitária do Ministério da Agricultura foi o assunto discutido durante o seminário da Qualidade da Uva e do Vinho realizado esta semana, em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba. O encontro foi aberto pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, e contou com a presença de cerca de 70 cantineiros da RMC e da região Centro-Sul do Paraná, que produzem em torno de quatro milhões de litros de vinho por ano.

No encontro, foram discutidas as técnicas e a legislação do Ministério da Agricultura para melhorar a qualidade na produção de uva e do vinho no Estado. O engenheiro agrônomo Celito Guerra, da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), foi um dos palestrantes que falou da importância da conscientização do agricultor familiar com a qualidade da produção de vinho, que deve vir desde o cultivo da uva.

Guerra lembrou que a produção de vinho dos municípios da Serra Gaúcha se tornou conhecida em todo País e também internacionalmente depois que os produtores passaram a adotar normas de qualidade na produção.

Durante o encontro foi apresentado o projeto da Escola do Vinho do Paraná que será inaugurada neste primeiro semestre nas dependências da Embrapa Floresta, em Colombo. A Escola vai funcionar como local de treinamento e formação de técnicos e produtores de uva e vinho. A expectativa é formar cerca de 1,2 mil produtores em quatro anos.

Certificação

A concessão da certificação envolve os aspectos técnicos de produção e as condições higiênico-sanitárias das cantinas, explicou o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Glauco Bertoldo. Segundo ele, o cumprimento da legislação por parte do produtor vai se reverter em benefícios para ele próprio com a conquista da confiança por parte do consumidor. ?A credibilidade que pode ser alcançada com o cumprimento das normas fortalece a marca do produto no mercado?, afirmou.

Segundo Bianchini, o Serviço de Inspeção do Paraná (SIP) vai atuar na regulamentação das cantinas de vinhos, bebidas e sucos de uva no Estado. O objetivo é possibilitar a criação de uma marca que seja sinônimo de qualidade e de certificação no município e no Estado.

Investimentos

O governo do Estado e os Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário estão investindo cerca de R$ 1 milhão no Paraná para estimular o aumento da produção de uva e na melhoria da qualidade na produção de uva, vinho e derivados. O objetivo do projeto é incentivar a fruticultura em todo o Estado e oferecer ao agricultor familiar uma atividade promissora de renda com o cultivo da uva.

No total devem ser treinados cerca de 1,2 mil produtores. Com esses investimentos, a previsão conservadora é incentivar o aumento da produtividade de 8 mil toneladas de uvas por ano para 12 mil toneladas de uvas por ano. Só com esse aumento é possível proporcionar uma renda adicional de R$ 7 mil por hectare/ano. (AEN)

Nova opção para cultivo de uva

O Norte do Paraná ganha mais uma opção de cultivo de uva para suco industrial e com características marcantes. É a cultivar BRS Carmem, lançada esta semana, durante o Dia de Campo de Verão da Cooperativa Agroindustrial Corol, em Rolândia.

A uva de ciclo vegetativo tardio foi apresentada para 61 convidados, dentre autoridades, lideranças, pesquisadores e técnicos da assistência técnica e extensão rural, pelo presidente da Corol Eliseu de Paula e do chefe da Embrapa Uva e Vinho, Alexandre Hoffman.

Criada pelo pesquisador Umberto Almeida Camargo e sua equipe da Embrapa, a BRS Carmem é uva de maturação tardia, alto vigor, resistente às doenças, produtividade entre 25 a 30 toneladas por hectare, com sabor e aroma aframboezados típicos de Vitis labrusca, teor de açúcar 19º Brix, acidez total do mosto 70mEq/L e mosto de coloração violácea intensa. Pode ser consumida em suco puro ou compor blends com sucos de outras cultivares, contribuindo-lhes cor, aroma e sabor, ou utilizada na elaboração de vinho de mesa.

A visita técnica de apresentação da BRS Carmem ocorreu nos dois hectares de validação experimental da cultivar na Fazenda Macuco, instalados há três anos e localizados na Gleba Floresta, microbacia Ribeirão Grande, em Cambé, onde seu proprietário Antônio Sérgio de Oliveira, diretor da cooperativa, cultiva cana-de-açúcar e laranja. Ele afirma que, ?como viticultor, tenho a sensação de felicidade de contribuir para o crescimento do suco industrial paranaense, juntamente com a Embrapa, Emater, Iapar e UEL e da própria Corol, que dão suporte em nos tornar produtor de uva de alta tecnologia?.

Para Eliseu de Paula, a parceria com o Governo do Paraná através dos institutos Emater e Iapar, vinculados à Seab, ?permite viabilizar o produtor rural que tem coragem de aceitar mudanças, de migrar aos poucos da produção de grãos e entrar na fruticultura, em cultivar frutas de alto valor agregado e dentro de um sistema integrado vertical, como é a cooperativa?.

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