O governador Roberto Requião afirmou que pode processar o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o Governo Federal se continuarem a insistir que o Paraná assuma a existência de febre aftosa sem o Estado possuir o vírus ou a doença. A afirmação foi feita durante a Reunião de Governo desta terça-feira (6) em Curitiba.?Estão fazendo uma verdadeira molecagem com o Paraná?, disse o governador.
Durante a Reunião, o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, lembrou que em função de não ter sido isolado o vírus e identificado a doença em animais do Paraná, o Ministério reconheceria o Estado como tendo febre aftosa para que fossem imediatamente adotadas medidas de acordo com as exigências da Organização Internacional de Epizootias (OIE) e dos importadores de carne.
?O Ministério quer associar a aftosa, que não existe no Paraná, à origem dos animais que estão aqui, os quais vieram da região do Mato Grosso onde foi confirmada a existência de foco da doença?, comentou.
O secretário da Agricultura lembrou que, no dia 10 de outubro, o Ministério anunciou a existência do foco da doença no estado vizinho. ?Devido a esta situação, a OIE retirou do Mato Grosso do Sul, do Paraná, de São Paulo e de outros sete estados e do Distrito Federal a condição de área livre de febre aftosa?, comentou.
Segundo Pessuti, desde do anúncio da doença em Mato Grosso do Sul, a Secretaria da Agricultura iniciou todo um trabalho de monitoramento e rastreamento de todos os animais que entraram no Paraná, vindo do estado vizinho, durante os 60 dias anteriores ao anúncio da existência do vírus naquele estado.
?Nossos técnicos e os membros do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), através de uma decisão compartilhada entre a Secretaria da Agricultura e o representantes do Conesa, entenderam que havia uma suspeita da doença no Paraná. Já que alguns animais apresentavam certos sinais clínicos que poderiam ser ou não confirmar a febre aftosa. Então, eles decidiram que o Estado deveria fazer uma notificação de suspeita e isso foi feito?, disse.
O secretário da Agricultura afirmou que nos últimos 47 dias, desde que foi anunciada a suspeita da doença no Paraná, no dia 21 de outubro, foi colhido e analisado material de animais. ?Até hoje, nenhum desses exames atestaram que há aftosa no Paraná?, afirmou.
?Estamos numa luta! Depois de todos esses exames, todos os aludos de indetificação do vírus são negativos. Por isso, defendemos a posição de que não existe febre aftosa no Paraná?, disse. Segundo Pessuti, está estabelecido um impasse. ?No momento, são realizadas várias reuniões em Brasília, entre lideranças parlamentares de outros Estados. Elas também não aceitam que o Paraná seja reconhecido como área com febre aftosa?, destacou.
Na quinta-feira (1), durante reunião da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Industrializadas (Abiec), o ex-ministro da Agricultura Pratini de Moraes comentou sobre o interesse do Ministério em divulgar que o Paraná teria aftosa, mesmo com os resultados negativos dos exames laboratoriais, levando em consideração a origem dos animais.
A reunião foi acompanhada pelo presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne), Péricles Salazar. ?Nós não concordamos com a posição do Ministério. E vamos à Justiça se o Ministério não mudar a posição dele?, cocncluiu Pessuti.