Paraná particpa de Campanha Nacional de Combate à Hanseníase

O Paraná seguirá a mesma meta do Ministério da Saúde e deverá alcançar o índice de um caso de hanseníase para cada 10 mil habitantes até o final deste ano. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, na sede da Secretaria de Estado da Saúde, durante o lançamento da campanha do Dia Nacional de Combate a Hanseníase. O objetivo é a conscientização da população em relação à doença, levando informações a respeito sobre os males, formas de transmissão e o tratamento.

Para a coordenadora do programa de combate a doenças infecto-contagiosas da Secretaria, Elisabeth Sense, o Paraná já está próximo de alcançar a meta do Ministério da Saúde. "O Estado está com o índice em 1,59 para cada 10 mil habitantes e certamente chegaremos ao final do ano com o índice que o Ministério da Saúde almeja", afirmou.

As regiões com maior incidência de casos da doença são o Norte, Cento-Oeste e Nordeste. "O Estado do Paraná tem um trabalho efetivo para essa campanha e está perto de alcançar a meta do MS para 2005", disse a coordenadora nacional Magda Levantezi, que esteve presente na coletiva organizada pela secretaria. Na região Sul, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul já estão abaixo do índice.

A campanha

O lançamento da campanha aconteceu durante entrevista coletiva na sede da secretaria, com o corpo técnico, representantes do Ministério da Saúde e do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e da atriz Elke Maravilha, que é voluntária em campanhas de esclarecimentos sobre a doença. "Já estou há 30 anos visitando hospitais colônias e há um ano faço parte do Morhan, fazendo um trabalho voluntário. O principal é informação e vontade política", afirmou Elke .

Os materiais elucidativos foram distribuídos para as 22 Regionais de Saúde, que durante o dia organizaram ações em todo o Estado. Ao todo foram 4.900 camisetas com o slogan "Hanseníase: É fácil curar. É só tratar", 10 mil cartazes, 200 mil folders, 400 mil panfletos, 22 mil adesivos e 25 banners.

Na 8ª Regional de Saúde, com sede em Francisco Beltrão, por exemplo, uma série de ações foram desenvolvidas. Desde campanhas motivacionais com funcionários, até panfletagem em locais públicos de grande concentração e palestras nas escolas. "O importante é a informação para que seja possível realizar um diagnóstico precoce, minimizando os problemas dos pacientes e da população", afirmou o diretor da regional situada no sudoeste do Estado, Odoni Quintana.

A Doença

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae. Ela age afetando principalmente os nervos, os olhos e a pele do infectado. A transmissão ocorre apenas por meio de contato com pacientes não tratados.

O tratamento dura cerca de um ano e o paciente não precisa ficar internado, porém não pode deixar de se tratar.

Já na primeira dose do medicamento 90% dos bacilos são eliminados e a doença deixa de ser transmitida. Todos os municípios do Paraná têm acesso gratuito ao tratamento. A hanseníase tem cura, por isso é importante que o tratamento seja iniciado o mais breve possível. "A hanseníase não mata e com os cuidados a cura é completa. As lesões são causadas nos nervos periféricos (mãos, pés, olhos) com o diagnóstico a pessoa pode começar o tratamento no próprio posto de saúde", disse Elisabeth Sense.

No estado existem dois pontos de referência para tratamento da Hanseníase. Um é em Curitiba no Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano e o outro é o Hospital de Dermatologia Sanitária São Roque que fica na Região Metropolitana de Curitiba na cidade de Piraquara. "O principal problema da Hanseníase hoje a falta de informações, por isso a importância da campanha", disse o diretor do hospital São Roque Antonio Cleudo Lopes. Ele ainda afirmou que já existe um projeto de revitalização do hospital e um novo projeto para o CRE Barão de instalar um centro de dermatologia sanitária para tratamento da Hanseníase.

No Paraná, existem 1551 casos novos e 2203 pessoas em tratamento de Hanseníase, esses são números preliminares de 2004. Em Curitiba foram detectados 89 casos em 2004 e na Região Metropolitana 221 casos. "Esses números podem ser ainda maiores pois existe endemias ocultas, e com essa campanha é conseguiremos descobrir mais casos e controlar efetivamente a doença", disse a diretora da 2ª Regional de Saúde, Marinalva da Silva. 

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