Brasília – O governo do Paraná está intensificando o combate à dengue por causa do aumento de registros da doença no estado. Até o momento, houve 6,7 mil casos confirmados e cerca de 23 mil notificações de casos suspeitos, segundo dados da secretaria estadual de Saúde. Duas pessoas morreram este ano vítimas da doença, sendo uma por dengue hemorrágica.
De acordo com o consultor do Programa Nacional de Controle da Dengue no Paraná, Glauco Oliveira, nos próximos 40 dias, uma força-tarefa com integrantes de diversas secretarias, da Defesa Civil, do Batalhão da Polícia Militar e do Exército fará um mutirão de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, nos 33 municípios onde há o maior número de casos da doença.
São cidades da região oeste e norte, que ficam na divisa com Mato Grosso do Sul e na fronteita com o Paraguai. Juntos, eles têm mais de dois milhões de habitantes e concentram 93% dos casos do estado, sendo os mais afetados por longos períodos de chuva e elevação da temperatura. ?Todos esses fatores contribuíram para o aumento do índice de infestação", disse Oliveira.
Para o mutirão, o governo está adquirindo, em caráter emergencial, 150 bombas para aplicação de inseticida e oito equipamentos para acoplar em veículos. Outros cinco devem vir do Ministério da Saúde para integrar os 25 equipamentos já em atividade. Ao todo, serão 37 unidades móveis para a aplicação do inseticida contra o mosquito.
A força-tarefa tem adesão de 350 escolas e de 180 mil alunos dos municípios considerados prioritários no combate à doença. Um milhão de cartazes já estão produzidos para informar a população, além de DVDs com informações sobre a doença. A idéia, acrescentou Oliveira, é incluir a dengue na grade curricular das escolas do estado.
O Instituto Ambiental do Paraná também participa, dando suporte e orientações em relação ao lixo que será recolhido. A entidade faz alertas para que este material não fique a céu aberto, já que os ovos do Aedes aegypti ficam até 450 dias aguardando condições para eclodirem.
A dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas sejam infectadas anualmente em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há cerca de 135 mil casos suspeitos da doença.