?Eu não vou entregar o Porto de Paranaguá para as multinacionais. Esse porto é do Paraná. É a porta de entrada e de saída do comércio do Estado e do país. Eu não entrego e não acredito que o presidente Lula vá entregar para multinacionais um porto aonde começou a história do Paraná. Aqui existe resistência, governo e patriotismo em defesa do interesse público?, afirmou o governador Roberto Requião nesta sexta-feira (23) ao ser informado da nova recomendação da Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário) ao Ministério de Transportes de retirar do Estado do Paraná a delegação dos portos de Antonina e Paranaguá.
?A multa deveria ser para o Governo Federal. Nós não vamos cumprir as determinações da Antaq porque ela está exigindo a privatização do Porto de Paranaguá conforme um acordo feito entre o governo federal e o ex-governador Jaime Lerner. O Lerner não está mais aqui, ele foi derrotado?, completou Requião sobre nova portaria da agência que prevê multas e outras penalidades no descumprimento de suas determinações..
O superintendente da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Eduardo Requião, lembrou pelo segundo ano consecutivo, o terminal paranaense está com 100% de ocupação no seu cais comercial quando, historicamente, este era um período da chamada entressafra
?Dentro de 48 horas, mais 12 navios estão programados para atracar. Isto é um milagre ou eficiência??, questionou Eduardo Requião ao comentar o novo pedido de intervenção federal. ?Indiscutivelmente, nenhum outro porto brasileiro possui, no momento, condições de competir com nossa logística, preços e produtividade?, disse.
?Temos a baía mais calma, o porto mais eficiente e com isso temos, também, a certeza que sofrem os nossos opositores e, principalmente, aqueles que buscam a privatização total do maior complexo para embarque de granéis sólidos da América Latina?.
Eduardo Requião enfatiza que a eficiência do porto público está aí para ser observada e comprovada por qualquer cidadão. ?A defesa do porto público, com investimentos, adoção de medidas de logística, entre outros, deu o resultado que se esperava. As cargas sazonais, ou aquelas que marcam ciclos, têm hoje, substituições compatíveis em grau de importância e volume como, por exemplo, o corredor da madeira e o de congelados?.
Ele ressaltou também o crescimento constante da receita cambial. ?É a confirmação indiscutível da eficiência do modelo de gestão portuária adotado pela atual administração?. O superintendente lembrou ainda que, com os acordos operacionais já firmados com a Venezuela e o Caribe, os portos paranaenses continuarão crescendo nos próximos anos.
?O Porto de Paranaguá desafia os privatistas para discutir logística e eficiência. Somos os melhores porque somos um porto público. A Lei 8.630 ? que mascara a privatização com a palavra ?modernização? – precisa ser rediscutida. A Antaq não pode ser a gestora de novos negócios da iniciativa privada. Precisamos de intervenção sim, mas nos interesses externos e daqueles que, de forma inconseqüente, comprometem não a autoridade portuária, mas toda a economia do estado e, conseqüentemente, do país?.
O superintendente afirmou que a política do Governo do Estado defende o interesse público e não se curva aos interesses de grupos transnacionais e de interesses pequenos. ?O Estado subordinado aos interesses privados é um estado sem proposta, sem ideologia, covarde e incapaz de defender os interesses de nossa nação. A subserviência não nos permitirá crescer. Nosso país precisa avançar, desenvolver e isso não significa vendê-lo a preço vil, como desejam aqueles que pelo Brasil não têm respeito?.
