O Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI), da Secretaria da Saúde, liberou nesta quinta-feira (13) para todo país quatro mil doses do soro antiloxoscélico, para tratamento de acidentes causados por aranha-marrom (laxosceles). O soro será distribuído pelo Ministério da Saúde a todos os Estados brasileiros. O lote está em fase final, já foi rotulado e envasado e aguarda o último teste de controle de qualidade.

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A liberação do lote foi acompanhada pelo governador Roberto Requião que também conheceu os projetos para ampliação da produção de soros, antígenos, insumos e pesquisas em saúde pública. O governador visitou as instalações laboratoriais que foram reformadas como a seção de controle de qualidade microbiológico, onde são produzidos os medicamentos injetáveis, entre eles os soros, que foi modernizada.

?A quantidade é suficiente para atender as necessidades epidemiológicas de todo o país, conforme a demanda dos Estados e municípios, principalmente durante o verão, quando a incidência de acidentes é maior?, afirmou o diretor-geral do Centro, Rubens Gusso.

A reforma física da área de 500 metros quadrados da seção foi concluída no inicio deste ano e foi adequada para controle dos testes atendendo recomendações de boas práticas de produção do Ministério da Saúde. ?O Paraná desenvolve uma trabalha tecnológico de referência nacional na área da saúde?, afirmou o diretor-geral da Secretaria da Saúde, Carlos Manuel dos Santos.

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A seção de Biologia Médica Ambiental, o prédio da administração e o auditório também foram reformados. Uma seção de grandes animais para equinos produtores de plasma foi construída. ?O CPPI estava sucateado. É impressionante ver a modificação que houve e o interesse do Governo do Estado. É a primeira vez que um governador visita o Centro?, constatou o professor titular de neurocirurgia da Universidade Federal do Paraná que acompanhou a visita.

Localizado na mesma área do Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, o CPPI é destaque nacional na produção do soro e desenvolve uma pesquisa pioneira e completa sobre a aranha-marrom. Ele também é conhecido nacionalmente por desenvolver antígenos, anti-soros e insumos para auxílio diagnóstico, veneno padrão de animais peçonhentos e animais de laboratório, o que faz com que também forneça ao Ministério da Saúde, em escala nacional, mais três produtos: Antígeno de Mitsuda, para o diagnóstico da Hanseníase; Antígeno de Montenegro, para o diagnóstico da ?Leishmaniose Tegumentar Americana? e Soro Antibotrópico para acidentes causados por serpentes do gênero Bothrops.

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?O CPPI contribui para que haja uma saúde pública de qualidade. A inclusão social e a visão de preservação ambiental estão presentes em suas ações?, disse o prefeito de Piraquara, Gabriel Jorge Samaha.

Criado em 1987, durante uma grande crise brasileira de falta de soro, o Centro de Produção e Pesquisas de Imunobiológicos tem parcerias com diversas universidades e instituições brasileiras.

A alta incidência de mortes por acidentes de picadas de cobras decorrentes da pouca disponibilidade de soros antiofídicos, a ausência de oferta, por parte da iniciativa privada de alguns produtos usados para diagnóstico de doenças infecciosas e parasitárias nos laboratórios de saúde pública e nos hospitais universitários, levou a implantação também da produção de antígenos, anti-soros e insumos.

O Centro é composto por Laboratórios de Produção (soros, insumos, antígenos e antisoros), Biotério de Pequenos Animais (camundongos), Laboratórios de Animais Peçonhentos (serpentário e artrópodos), Infectório, Laboratórios de Controle de Qualidade (biológico, físico-químico, microbiológico) e Biologia Médica Ambiental) e responde pelo abastecimento de unidades de saúde municipais, estaduais e federais, do Laboratório Central do Paraná (LACEN), dos laboratórios das principais universidades públicas do Paraná e da Secretaria de Estado da Agricultura, entre outros órgãos.

Aranha

Embora o número de acidentes com animais peçonhentos, principalmente com aranha-marrom, seja maior no verão, o animal pode estar presente nas casas o ano inteiro, por isso o trabalho de prevenção é feito continuamente. Neste ano já foram notificados 2,6 mil casos de picada por aranha-marrom no Paraná, a maioria ocorreu na Região Metropolitana de Curitiba.

A Loxosceles, nome científico da aranha-marrom, que é um aracnídeo, habita locais escuros, quentes e secos. Pode ser facilmente encontrada em residências, principalmente em armários, atrás de quadros e em objetos que tem pouco manuseio. No ambiente externo, a localização mais freqüente é em meio a telhas, materiais de construção e restos de madeira.

As principais formas de combater a proliferação do animal são manter limpo o domicílio e inspecionar os objetos característicos citados. Também é importante vedar frestas e buracos nas paredes e janelas, não pendurar roupas e toalhas de banho em paredes e manter os armários limpos igualmente.