O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, afirmou na última terça-feira (24) que já estão adiantados os procedimentos para o lançamento da segunda etapa da Campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa, que acontecerá de 01 a 20 de novembro no Paraná. Segundo Ribas, a campanha será lançada oficialmente na Fazenda Modelo do Iapar, no município de Ponta Grossa, no dia 1.º de novembro.
Segundo o secretário, simultaneamente ao lançamento oficial, ocorrerão atos de mobilização em todos os Núcleos Regionais da Secretaria da Agricultura. Esses eventos paralelos servirão para reforçar junto aos criadores e lideranças locais a importância de vacinar todos animais para evitar a febre aftosa.
?Nossa meta é vacinar 100% dos bovinos e bubalinos (búfalos) existentes no Paraná. Por isso, é importante a participação de todos os criadores?, disse o secretário. Para ele, a imunização do rebanho é um passo importante para que o Estado fique protegido da ameaça do vírus da febre aftosa. Ribas lembrou que o criador precisa estar consciente da importância de vacinar seus animais. ?O Governo do Estado faz a sua parte ao levar as informações sobre a campanha até os criadores, bem como ao tomar medidas para que a campanha seja bem-sucedida e atinja seu objetivo?, afirmou.
Do dia 1.º a 20 de novembro, os pecuaristas de todo o Estado deverão vacinar seus animais. Após esse período, os criadores terão até o dia 30 de novembro para comprovar a vacinação junto às unidades veterinárias da Secretaria, existentes no Paraná.
O diretor do Defis (Departamento de Fiscalização) da Secretaria da Agricultura, Felisberto Baptista, alertou que o criador que não comprovar a vacinação até a data estabelecida ficará sujeito à multa. ?A não comprovação até o dia 30 de novembro poderá acarretar uma multa que, atualmente, é de R$ 76,45 por cabeça não-vacinada?, explicou.
Ao comprar a vacina nos estabelecimentos onde são vendidos produtos agropecuários, o criador recebe um formulário para comprovar a vacinação. Segundo o médico veterinário da Divisão de Defesa Sanitária Animal (DDSA), Walter Riberete, o comprovante deverá ser preenchido ao se aplicar a vacina. ?O documento também contém a relação correta dos animais existentes na propriedade?, esclareceu.
Segundo o veterinário, por isso os técnicos orientam para que o formulário seja preenchido corretamente e com fidelidade. Através dele, é que se tem o conhecimento do número de animais existentes em cada propriedade. ?Na verdade, o criador aproveita o momento da vacinação para fazer também a contagem precisa do seu rebanho. E essa informação também é importante para ele?, disse. Segundo Riberete, a quantidade de animais informada no documento é que será cadastrada junto à Secretaria.
Na primeira etapa da Campanha deste ano, que ocorreu entre 1.º e 20 de maio, foram vacinados animais de 212 mil propriedades. Ou seja, 95,8% das 221,3 mil propriedades com bovinos e bubalinos, existentes no Estado. Ao todo, na primeira etapa da campanha, foram vacinados 9,65 milhões de animais. Cerca de 97,6% de um rebanho de 9,89 milhões de cabeças. Na pecuária de corte, o Paraná se classifica hoje como o sétimo produtor de bovinos.
Vacinação assistida
O secretário da Agricultura ressaltou que os técnicos da Secretaria, juntamente com os Conselhos de Sanidade Animal (CSAs) dos municípios, darão uma atenção especial à vacinação dos animais criados em comunidades indígenas, assentamentos, propriedades localizadas em áreas de litígio, próximas ao perímetro urbano e de difícil acesso.
?Nesses locais, como também nos lugares onde criador tem uma maior dificuldade a ter acesso à vacina, vamos desenvolver o trabalho de vacinação assistida. Com isso, os técnicos da Secretaria da Agricultura, com o apoio dos representantes dos Conselhos Municipais de Sanidade Animal, participaram diretamente da vacinação. Nosso desafio é que todos os bovinos e bubalinos do Estado sejam vacinados, independentemente dos locais em que se encontram?, disse.
Fronteira
Ao ressaltar a importância da adesão de todos os criadores na campanha, Ribas voltou a comentar que a segurança do Paraná em relação à ameaça da febre aftosa será devidamente reforçada e definitivamente consolidada quando for realizado o trabalho de vigilância epidemiológica nas áreas de fronteira do Estado e de Mato Grosso do Sul com os países localizados na região. A proposta foi votada no Conesa e encaminhada ao Ministério da Agricultura, há cerca de dois anos e meio.
?O sucesso dessa operação depende do envolvimento e de uma efetiva participação do Ministério da Agricultura, já que a ação dependerá da iniciativa brasileira e de outros países. Ou seja, por envolver países, o trabalho precisa ser liderado pelo Governo Federal?, lembrou.
Segundo o secretário, a iniciativa deve abranger ações de georreferenciamento nas propriedades rurais num raio de 25 quilômetros de ambos os lados da fronteira, a identificação dos animais, a vacinação assistida e a educação sanitária dos criadores dos países envolvidos na operação.
Investimentos
Com o objetivo de fortalecer o trabalho de defesa agropecuária desenvolvido no Paraná, o Governo do Estado contratou, em caráter emergencial, 87 profissionais, como médicos veterinários, engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas no início de 2003.
Entre os investimentos na defesa sanitária do Estado, está a aquisição de 237 veículos novos, distribuídos entre a Secretaria da Agricultura, a Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar) e Emater. A compra de 150 computadores e impressoras possibilitou a implantação da Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica, software desenvolvido pelo Paraná já adotado por outros Estados.