As exportações do Paraná fecham o primeiro trimestre com vendas que chegaram a US$ 2 bilhões. O resultado foi 9,39% maior que no mesmo período do ano passado, quando foi registrada a marca recorde de US$ 1,8 bilhão. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e foram divulgados nesta segunda-feirA (18) pelo governo do Estado e pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

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Segundo a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, o crescimento foi puxado pela forte presença de produtos industrializados, como automóveis com motores 1.0, bombas injetoras de combustíveis, cortes especiais de carnes de aves, cabines de caminhões e madeiras perfiladas.

O presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures lembra que o processo de exportação tem sido cada vez mais planejado pelas indústrias como forma de manter o crescimento da atividade econômica. ?O fato positivo é que o crescimento acontece mesmo com a cotação do dólar 8% menor em relação ao mesmo período do ano passado?.

O Paraná é o quarto maior Estado exportador do País, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em março, as vendas internacionais paranaenses ficaram em US$ 859 milhões, um crescimento de 7,62% sobre o mesmo mês de 2004, quando as exportações totalizaram US$ 798 milhões.

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?Na comparação mês a mês, verificamos que o dólar esteve cotado em US$ 2,908, em 2004, contra US$ 2,619, em março deste ano. Mesmo assim, houve expansão por conta da venda de produtos com maior valor agregado?, avalia o coordenador de Novos Negócios e responsável pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiep, Henrique Santos.

A desvalorização do dólar se refletiu nas vendas das comoditties agrícolas. O milho, que foi a grande novidade de 2004, com exportações para o Leste Europeu e também países árabes, apresentou uma queda de 69,40%. O volume de negócios despencou de US$ 181,6 milhões para US$ 55 milhões, no primeiro trimestre deste ano.

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A compensação veio por meio do embarque de automóveis. Os negócios neste campo saltaram de US$ 2 milhões para US$ 52 milhões, com vendas para Alemanha, Argentina, Chile, Guatemala, El Salvador, Uruguai, Nicarágua, Honduras e EUA. Com exceção da Argentina, todos os demais países são novos mercados conquistados.

Para estes mesmos mercados, dobraram também as exportações de bombas injetoras de combustíveis, que saltaram de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões. Outro segmento que ampliou as exportações foi o de ferro e aço. O total de vendas chegou a R$ 26 milhões, com a abertura de mercados como os do Marrocos, Equador, Colômbia e Argentina.

O principal país comprador do Paraná continua sendo os Estados Unidos, para onde as vendas cresceram 17,64%, alcançando US$ 284 milhões. Depois, vem a Alemanha, com alta de 81,72% (US$ 192 milhões) e a Argentina (US$ 128 milhões), o que representa uma alta de 12,64% sobre 2004. A União Européia é o bloco que mais adquiriu produtos paranaenses, com US$ 646 milhões do total. Para o Mercosul, foram vendidos US$ 175 milhões.

Superávit

Apesar do crescimento das vendas dos produtos industrializados, o superávit da balança comercial paranaense teve queda de 19,98%, em relação ao primeiro trimestre de 2004. O saldo das exportações do Estado atingiu US$ 430 milhões em março e US$ 809 milhões no ano. No ano passado, o superávit acumulado ficou em US$ 1,011 bilhão e no mês US$ 490 milhões.

De acordo com os analistas, o motivo foi a alta nas importações. As indústrias estão aproveitando o dólar baixo para realizar algumas compras estratégicas. Um dos exemplos é do setor de óleos brutos, cujas importações subiram de US$ 12 milhões para US$ 240 milhões. Também cresceram as compras externas de trigo (155%), de US$ 2,5 milhões para US$ 6,6 milhões.

No total do mês, as compras no exterior (US$ 429 milhões) apresentaram aumento de 39,60% em relação a março de 2004 (US$ 307 milhões) e de 18,88% sobre fevereiro de 2005. No acumulado do ano, as importações somaram US$ 1,2 bilhão, 45,91% superior às de igual período do ano anterior (US$ 814 milhões).