Paraná está perto de erradicar hanseníase

O Paraná está perto de alcançar a meta de um caso de hanseníase para cada 10 mil habitantes, indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Em 2005, o Estado registrou a proporção de 1,3 caso da doença para cada 10 mil habitantes, segundo dados preliminares. Em 2004, a relação era de 1,4 para cada 10 mil habitantes. Os dados foram anunciados nesta segunda-feira (30) pelo secretário da Saúde, Cláudio Xavier, na sede da Secretaria da Saúde, no lançamento da campanha do Dia Nacional de Combate à Hanseníase.

A taxa de alta por cura passou de 85%, em 2004, para 89%, em 2005. Já a taxa de abandono de tratamento passou de 20%, em 2004, para 7%, em 2005. Porém, ainda existe uma taxa de pessoas com seqüelas de 28%, ou seja, 346 casos. ?Houve melhora muito importante nas condições epidemiológicas apresentadas pela doença, quase atingindo a meta proposta. Mas não podemos descansar enquanto não chegarmos à meta da Organização Mundial da Saúde?, afirmou o secretário Cláudio Xavier.

O lançamento da campanha foi realizado na sede da Secretaria, com a participação da Coordenação Estadual de Eliminação da Hanseníase, de representantes do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), da atleta Daiane dos Santos, medalha de ouro no Mundial de Ginástica, e da atriz Solange Couto. ?Estou feliz em saber que é fácil curar a hanseníase e vou dizer isso a todas as pessoas que puder?, afirmou Daiane dos Santos.

A atriz Solange Couto, embaixadora nacional do Morhan, disse que participa há quatro anos como voluntária do movimento. ?Não entendo o preconceito contra a hanseníase. Pegar a doença não é mais feio do que pegar qualquer outra enfermidade. A cura é total e em pouco tempo. É só ir ao médico de pele. O tratamento e os medicamentos são gratuitos?, observou. Solange Couto disse que sua mãe, enfermeira, pegou hanseníase, que se manifestou em uma mancha no braço e se curou em apenas seis meses. ?A hanseníase dá em mãe de atriz e dá também na filha do rei?, comentou.

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Eliminação da Hanseníase, Nivera Noemia Stremel, está sendo feito um trabalho junto às famílias e às comunidades no sentido de tornar sinais e sintomas da hanseníase conhecidos, levando as pessoas a buscarem tratamento nos postos de saúde ou no seu médico o mais rápido possível. Equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) estão sendo treinadas para diagnosticar os casos precocemente e acompanhar os que se encontram em tratamento. Além disso, uma série de outras ações estão sendo desenvolvidas para atingir a meta da OMC e do Ministério da Saúde.

O secretário Cláudio Xavier e a atriz Solange Couto também fizeram uma caminhada pela Rua XV de Novembro em frente à Boca Maldita, a partir das 16h, junto com a Escola de Samba Acadêmicos da Realeza do Mestre Márcio Brinco. Solange Couto participou das atividades de panfletagem e divulgação dos sinais, sintomas, tratamento e cura da hanseníase. O slogan da campanha deste ano é ?Para curar é só tratar?.

Nesta terça-feira (31), com a presença de Solange Couto, a Coordenação Estadual da Hanseníase, o Morhan, a 2a Regional de Saúde Metropolitana e o Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano farão uma vista a São José dos Pinhais às 10h e a Colombo às 14h. A organização das atividades é da Secretaria Estadual da Saúde, em conjunto com a 2a Regional de Saúde e o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

A Secretaria da Saúde distribuiu para todas as Regionais do Estado 400 mil folders, 200 mil panfletos, 20 mil cartazes, 4 mil penais e 3 mil botons. Cada uma das Regionais comemorará a semana com eventos, divulgação nas escolas, palestras e entrevistas nos meios de comunicação.

A doença

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae. Ela age afetando principalmente os nervos, os olhos e a pele do infectado. A transmissão ocorre apenas por meio de contato com pacientes não tratados. O tratamento dura cerca de um ano e o paciente não precisa ficar internado, porém não pode deixar de se tratar.

Já na primeira dose do medicamento 90% dos bacilos são eliminados e a doença deixa de ser transmitida. Todos os municípios do Paraná têm acesso gratuito ao tratamento. A hanseníase tem cura, por isso é importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível. A hanseníase não mata e com os cuidados a cura é completa. As lesões são causadas nos nervos periféricos (mãos, pés e olhos). Com o diagnóstico, a pessoa pode começar o tratamento no próprio posto de saúde.

No Estado existem dois pontos de referência para o tratamento da hanseníase. Um é em Curitiba no Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano e o outro é o Hospital de Dermatologia Sanitária São Roque, que fica na Região Metropolitana de Curitiba, na cidade de Piraquara. Existe um projeto de revitalização desse hospital e um projeto para o CRE Barão de instalar um centro de dermatologia sanitária para o tratamento da hanseníase.

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