O registro de um novo foco de febre aftosa no Estado do Amazonas e a situação de “emergência sanitária” decretada pelo governo de Mato Grosso do Sul, por suspeita da doença no Paraguai, faz com que o Paraná fique em estado de alerta máximo. A informação é do Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis) da Secretaria da Agricultura.
Nessa operação, o Mato Grosso do Sul já matou 84 bovinos que foram encontrados na região de fronteira sem guia de trânsito. Além disso, os casos são encaminhados à Polícia Federal para apurar crime de contrabando. A Secretaria da Agricultura do Paraná também adotará esse procedimento, se encontrar animais sem documentação de origem (GTA) na região de fronteira com a Argentina e o Paraguai. Para coibir a entrada clandestina de animais, o Mato Grosso do Sul já montou cinco barreiras do Exército e vai instalar outras 15 nos próximos dias.
Segundo o diretor do Defis, Felisberto Baptista, a situação está sob controle, pois o Estado do Paraná apresenta bom índice de vacinação e o governo aumentou a vigilância nos municípios considerados de maior risco. Mesmo assim a Seab está atenta, controlando suas barreiras interestaduais e volantes, no sentido de evitar que a doença venha a atingir o rebanho paranaense.
Baptista lembrou que o trânsito internacional de gado é de competência do Ministério da Agricultura, mas que a Secretaria da Agricultura mantêm seu trabalho constante de vigilância nas propriedades dos municípios de fronteira com o Paraguai e com a Argentina, justamente para evitar que a febre aftosa, sob controle desde 1995, volte a ser registrada no Paraná. Uma das providências do Defis é o inquérito sorológico para febre aftosa, realizado por amostragem em animais de 6 a 12 meses, que está em andamento nas propriedades de risco.
Através da coleta de sangue e de soro, os fiscais da DDSA Divisão de Defesa e Sanidade Animal – controlam a saúde do rebanho, conseguem identificar se os animais tiveram contato com o vírus e se foram vacinados. O inquérito epidemiológico está sendo realizado em 194 propriedades de 33 municípios, onde a população bovina é de 13.132 cabeças.
Campanha de vacinação
A primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa de 2004, realizada entre 1 a 30 de maio, atingiu 98,40% do rebanho paranaense. Dos 10.393.122 bovídeos do Estado, 10.226.866 foram imunizados, segundo levantamento da DDSA Divisão de Defesa e Sanidade Agropecuária, da Secretaria da Agricultura.
O Paraná está há nove anos sem ocorrência da febre aftosa. A última foi registrada foi em maio de 1995, na região de Umuarama.
Em 2000 o Estado foi reconhecido internacionalmente como área livre da doença, com vacinação. Para o secretário da Agricultura e governador em exercício, Orlando Pessuti, este reconhecimento feito pela OIE Escritório Internacional de Epizootias, é importante para a conquista de novos mercados, principalmente para o da carne bovina e suína, que passa a ser aceita pelos países que já estão livres da doença, além de obter melhor valor de mercado. E para não perder esse reconhecimento , e a abertura do mercado internacional, determinou aos técnicos do Defis, vigilância redobrada na região de fronteira.
Febre aftosa
A febre aftosa representa um dos maiores males que podem acontecer na pecuária. Além dos prejuízos imediatos, como a morte do rebanho, representa ainda a paralisação das vendas para os mercados interno e externo. É uma doença altamente contagiosa, sendo transmitida pela saliva, leite, urina, fezes do animal contaminado, pelo ar, pela água e por qualquer material, até mesmo roupas, sapatos e rodas de veículos que tenham contato com o animal doente.