O governador em exercício Orlando Pessuti assinou nesta sexta-feira um termo de cooperação científica que estabelece uma parceria entre o Paraná e a Itália para a instalação em Curitiba de um centro de tecnologia e certificação alimentar. O centro vai facilitar a exportação paranaense de produtos a base de carnes, leite e frutas para os países da Comunidade Comum Européia.
A parceria também define a troca de tecnologias entre o governo do Estado e Faenza, cidade onde está instalado um dos maiores pólos cerâmicos da Europa, para melhorar a produção do setor no Estado visando os mercados dos Estados Unidos e da Europa.
A idéia da criação de um centro tecnologia no Estado, numa parceria entre a Universidade de Parma e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), segundo Pessuti, começou a ser formulada há dois anos e foi definida em sua viagem àquele país no início de novembro.
A intenção do governo do Paraná é obter tecnologias mais avançadas para melhorar a produção de alimentos. Além disso, o governo quer aprofundar a parceria do Tecpar e a Universidade de Parma, cidade onde hoje estão instalados os maiores e mais respeitados centros de certificação da Europa, para facilitar a exportação da produção paranaense.
"Grupos de técnicos do Tecpar e da universidade italiana vão trabalhar em parceria na instalação de um laboratório que vai certificar os produtos paranaenses de acordo com a exigência do consumidor europeu. Os resultados serão o aumento da qualidade dos nossos produtos e o aumento considerável das nossas exportações", explicou Pessuti.
Adequação
Segundo o cônsul da Itália, Mário Trampetti, o Paraná tem uma vocação natural o agronegócio, mas precisa de adequar às normas da Comunidade Européia e necessita também desenvolver técnicas para agregar valor às suas exportações. Segundo ele, o governo italiano está disposto a cooperar com o Estado e ainda a financiar parte dos investimentos que serão necessários para a criação do centro de certificação alimentar.
"A Itália é um centro de referência para a Europa na certificação alimentar e estamos dispostos a ajudar o Paraná a se adequar às normas para que seus produtores tenham condição de exportar mais e com maior qualidade", explicou.
Palestra
Durante a solenidade, o professor italiano Roberto Massini, do Departamento de Engenharia, Indústria e Tecnologia Alimentar da Universidade de Parma, fez uma palestra em que explicou as metas do projeto para a melhoria da qualidade da produção do Paraná.
Entre os destaques, estão o cuidado com a matéria-prima, com o processamento dos alimentos e com as análises laboratoriais. "O produtor paranaense precisa descobrir o mercado europeu. Mas tem que agregar valor à produção e é necessário também um rigor na qualidade do que é exportado. Nós temos a tecnologia e o Paraná tem a produção", disse.
O diretor-presidente do Tecpar, Mariano de Matos Macedo, afirmou que, além de beneficiar os produtores paranaenses, o convênio vai aprimorar ainda mais o trabalho do instituto, que já o responsável pela certificação da produção do Estado. "Vamos ter acesso a novas tecnologias e novas padrões de certificação. Isso fará com o que o Tecpar se transforme em referência no país e em toda América do Sul", disse.
Para Maria Lúcia Masson, coordenadora do Programa de Tecnologia Alimentar da Universidade Federal do Paraná, o convênio vai possibilitar a criação de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado para alunos paranaenses na Itália. "A aproximação entre as universidades do Paraná e de Parma nos interessa muito e vamos trabalhar para ajudar na instalação do centro de certificação", afirmou.
As secretarias de Ciência e Tecnologia, Cultura e Planejamento, além do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) também estão envolvidas na parceria.