Para incrementar as exportações do Paraná e estimular a participação de micro e pequenos empresários no contexto internacional, Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, recebeu, nesta sexta-feira, a 98ª edição do Encontro de Comércio Exterior (Encomex), o mais tradicional e importante evento do gênero no país e fruto da parceria do governo do Estado, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), prefeitura e entidades ligados ao setor.

continua após a publicidade

Durante a abertura, o secretário interino de comércio exterior do MDIC, Armando Meziat, afirmou que o Brasil passa por um período sem precedentes em sua história no comércio exterior.

?Em agosto, alcançamos o recorde de US$ 11,3 bilhões nas exportações. Nossa meta anual de US$ 112 bilhões nas exportações já está praticamente garantida?, revelou. Ainda segundo Meziat, a previsão para 2006 é de US$ 120 bilhões para as exportações brasileiras. ?Isto será o dobro das exportações do primeiro ano do governo Lula?.

Paraná

continua após a publicidade

Representando o governador Roberto Requião, o seu chefe de gabinete Wanderlei Iensen ressaltou o trabalho do governo estadual junto aos pequenos e médios empresários para o comércio internacional. ?Gerar cada vez mais produtos de maior valor agregado e encontrar novos nichos para os produtos paranaenses no exterior são alguns dos objetivos do governado do Paraná?, afirmou.

Iensen destacou que o empresário paranaense já possui a visão de ?cultura exportadora? e que cabe ao governo e entidades parceiras discutir e apresentar novas oportunidades para os empresários do Estado. Lembrou também que o Paraná está se consolidado entre os Estados que mais exportam no país e que tem grande potencial para vender produtos orgânicos, já que tem uma agricultura familiar de destaque.

continua após a publicidade

Opinião semelhante foi manifestada pelo coordenador estadual de Assuntos Internacionais do Mercosul, Santiago Gallo. ?Hoje, o governo tem a preocupação de realizar a chamada municipalização do comércio exterior. Os resultados mostram que hoje o Paraná possui 1.846 empresas exportadoras, segundo dados de 2004, uma alta de 6,4% sobre 2003. A previsão para 2005 é de uma elevação de 10% de novas empresas que comecem a exportar?, calcula.

Empresas

Apostar no mercado internacional com adequação do produto. É com esta visão que Anderson Otero, proprietário da Atelier Fedalto e Otero, está se preparando para a entrada no mercado europeu. Produzindo peças decorativas em cerâmica em Campo Largo, o empresário conta que graças ao programa ?Exporta Cidade?, lançado neste ano pelo governo federal, estadual e municipal, sua empresa passou a receber a assistência do Programa de Apoio Tecnológico à Exportação (Progex).

?Estamos recebendo uma nova imagem ao meu produto, que vai da embalagem própria ao design de algumas peças?, diz Otero. As peças devem chegar à Europa em outubro, durante a missão que o governo do Paraná irá realizar na cidade de Lion, na França. ?Devemos participar de rodadas de negócios e esperamos ótimos resultados?, espera o empresário.

Detentora de 95% do mercado de água mineral na região Sul do Brasil, o presidente da empresa Ouro Fino, Guto Mocellin, afirma que atualmente suas exportações ainda são modestas para alguns países europeus e os Estados Unidos. Segundo ele, as dificuldades de certificação e as barreiras para a adequação do produto nos países são os pontos iniciais que impedem maiores vendas no exterior. ?O preço baixo do dólar também não estimula?, analisa.

Para o presidente do Instituto Centro de Comércio Exterior do Paraná (Cexpar), Zulfiro Antônio Bosio, é preciso eliminar as chamadas barreiras internas para começar a exportar. ?É necessário agilidade e maior dinamismo para estimular os novos exportadores e esta deve ser uma visão pró-ativa constante dos governos para os empresários?, salientou.