A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná está desenvolvendo o Programa Paraná Biodiversidade, que consiste na recuperação da biodiversidade através da formação de "corre
dores ecológicos" ou "corredores de biodiversidade".

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Estes corredores estão sendo formados através da conexão de remanescentes florestais – reservas legais, unidades de conservação (parques estaduais, municipais e federais), áreas de preservação permanente (matas ciliares, encostas e topos de morros), reservas particulares do patrimônio natural (RPPN), estações ecológicas, entre outras.

O objetivo do programa, que viabiliza o fluxo de animais e vegetais, é adequar as propriedades rurais a práticas ecologicamente saudáveis.

Cerca de U$ 32 milhões estão sendo investidos no Programa com apoio financeiro do GEF – Fundo Mundial para o Meio Ambiente, através do Banco Mundial. O trabalho é considerado uma experiência pioneira no mundo.

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"O Paraná é o primeiro estado a construir ferramentas efetivas de monitoramento dos trabalhos de conservação da biodiversidade, o que está orientando toda a política pública nesta área", declara o secretário do Meio Ambiente do Paraná, Luiz Eduardo Cheida.

O Projeto Paraná Biodiversidade, iniciado em 2003, abrange três regiões distintas de atuação, localizadas ao longo dos rios Iguaçu e Paraná, e foram escolhidos pela importância estratégica de remanescentes de ecossistemas originais.

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São três os corredores: corredor Araucária, na região centro-sul; corredor Iguaçu ? Paraná, bioma conhecido como "Floresta Atlântica do Interior Brasileiro" e que envolve 26 municípios do entorno do Parque Nacional do Iguaçu e corredor Caiuá-Ilha Grande, complexo ambiental formado por 26 municípios do noroeste do Estado até o Parque Nacional de Ilha Grande.
A área que está sendo trabalhada é de, aproximadamente, 2,2 milhões de hectares, envolvendo 63 municípios do estado onde se encontram seis unidades de conservação estaduais e três federais.

Além da conexão de remanescentes florestais o programa trabalha com outras vertentes que prevêem a estruturação de processos de educação ambiental da população que vive no entorno dos corredores, implantação de rigoroso sistema de fiscalização, recomposição florestal, reestruturação das unidades de conservação e parques e planejamento do uso do espaço agrícola.

Cerca de 20 mil famílias rurais inseridas nos corredores de biodiversidade estão recebendo recursos e apoio técnico para transformar suas áreas em propriedades ambientalmente corretas. A idéia é converter a agricultura e pecuária tradicional para uma agricultura de menor impacto ao solo e meio ambiente com atividades como o uso de sistemas agroecológicos, agricultura conservacionista e orgânica, assim como o uso de tecnologias alternativas.

Além disso, o programa prevê a implantação de 40 módulos agroecológicos como modelo de produção sustentável de menor impacto ao meio ambiente, que vai auxiliar no desenvolvimento de projetos como o turismo rural e ecológico, piscicultura, apicultura e artesanato.

Cursos de capacitação estão sendo oferecidos para 600 professores municipais para divulgar a importância da conservação da fauna e flora nativa. A Polícia Florestal vai atuar na fiscalização dos três corredores, evitando atividades ilegais como a caça, pesca, desmate e derrubada de árvores nas áreas de preservação permanente.

Diretrizes

Durante o planejamento do Projeto Paraná Biodiversidade foram elaborados diagnósticos identificando as principais causas da perda da biodiversidade no estado, como por exemplo, a agricultura impactante, caça e pesca ilegal, desmatamento e a ausência da mata ciliar.

No Paraná, a política de meio ambiente foi totalmente reestruturada de forma onde todos os programas estejam interligados. Um dos maiores desafios na área ambiental é a recomposição da cobertura florestal do Estado, que em 1930 era de 64,12% e, no ano de 2000, somava apenas 24,87% de remanescentes florestais. A situação mais crítica ocorre quando são contabilizados apenas os estágios mais desenvolvidos de vegetação (médio e avançado), que somam 14,64%, ou somente em estágio avançado de desenvolvimento, com apenas 3,40%.

Para tentar reverter este quadro o governo do Paraná está desenvolvendo ações eficazes como o Programa Estadual de Mata Ciliar, Programa de Proteção a Fauna entre outros que estão diretamente associadas ao programa Paraná Biodiversidade.

O Programa Paraná Biodiversidade também está incentivando a recuperação da mata ciliar e trabalhando em dois ecossistemas paranaenses que são a floresta ombrófila mista (araucária) e a floresta estacional semidecidual onde se encontram espécies como a peroba, pau-marfim jaracatiá e guapeva.