O governador Roberto Requião determinou, nesta terça-feira (09), a contratação de 100 técnicos para reforçar a fiscalização sanitária no Estado, em especial no combate a febre aftosa. Com isso, Requião se antecipa às medidas do Governo Federal que, conforme o presidente Lula comunicou nesta segunda-feira ao governador, vai dobrar a verba para defesa sanitária no país. “O Paraná sai na frente e enfrenta o perigo da aftosa com uma ampla campanha de vacinação e prevenção em todo o Estado”, disse Requião.
Atualmente, a Secretaria da Agricultura conta com 113 técnicos ligados à Divisão de Sanidade Animal, nos 20 Núcleos Regionais localizados no interior , e mais 12 que trabalham na sede da SEAB, em Curitiba. O Paraná está há nove anos sem registrar focos de febre aftosa e possui o oitavo maior rebanho bovino do Brasil, com 6% do rebanho nacional. O gado de corte representa 70% do rebanho e se constitui basicamente de animais da raça Nelore, Charoleza, Abeerden , Red Angus , Simental e Limousin.
De acordo com o Requião, para manter o Estado livre da febre aftosa e assegurar o sucesso das exportações, é necessário intensificar a fiscalização e a vacinação do gado paranaense. “Nós não podemos correr o risco de ver recusada a nossa carne no mercado internacional. Estamos preservando a ‘Qualidade Paraná’, sem aftosa, sem transgênicos”, afirmou o governador.
Vacinação
Em maio de 2000, o Paraná conquistou o reconhecimento de área livre de febre aftosa, com vacinação, pela Organização Internacional de Epizootias. A meta agora é conquistar a condição de área livre, sem vacinação, e para que isso seja possível, o Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, tem intensificado as campanhas de vacinação contra a aftosa, que são realizadas em duas etapas.
A primeira ocorre nos primeiros vinte dias de maio, e a segunda nos primeiros vinte dias de novembro. Na última campanha, 98,5% de todo o rebanho paranaense foi imunizado, o que é equivalente a cerca de 10,5 milhões de cabeças entre bovinos e bubalinos.
Para o secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, a contratação de mais 100 técnicos para a fiscalização significa melhor estruturação do serviço de defesa agropecuária, um compromisso de campanha do governador Roberto Requião. “O número de técnicos a serem contratados é suficiente para aparelhar adequadamente o serviço de defesa sanitária animal e vegetal. Estamos melhor aparelhando os serviços e também atendendo não só um compromisso, mas a recomendação da nossa equipe técnica”, ressaltou o secretário.
Exportação
Apesar de quase a totalidade do rebanho ter sido vacinado, a DAS ? Divisão de Sanidade Animal – se mantém mobilizada, realizando constantemente trabalhos de conscientização junto aos produtores para que não deixem de vacinar o gado e, assim, garantir a qualidade da carne. “A vacinação é importante para manter o status sanitário conquistado pelo Paraná. Graças a esse esforço, conseguimos aumentar nossas exportações de carne para países da Europa, o que tem valorizado a produção estadual”, ressaltou Pessuti.
As exportações de carne bovina, em 2003, ficaram em 26.819 toneladas. Em janeiro deste ano foram exportadas quase duas toneladas e os principais mercados foram a Espanha (16,8%), Israel (11,8%), Holanda (10,8%), Alemanha (8,2%), Arábia Saudita (8%), Hong Kong (6,9%) e Itália (5,6%).
A febre aftosa não traz implicações apenas para o comércio de animais e seus produtos e sub-produtos, mas afeta também o comércio de outros produtos agrícolas, o comércio em geral entre os países e até o direito de ir e vir de pessoas e animais. Os países livres da doença, além de comercializarem livremente seus produtos no mercado mundial, tem um diferencial de preço em relação aos países considerados infectados.
