A Secretaria de Estado da Saúde inicia as comemorações do dia Mundial da Saúde Mental, 10 de outubro, com importantes avanços na reforma psiquiátrica, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde. “A proposta é simples e curta, oferecer tratamento mais humano e adequado a esses pacientes”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier. Desde o início da atual gestão o número de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para atendimento extra-hospitalar aumentou de 15 para 24 e as residências terapêuticas pularam de quatro para 14.
O objetivo da Secretaria é expandir e fortalecer cada vez mais os atendimentos extra-hospitalares, com a implantação de serviços de residência terapêutica e Caps. Atualmente outros 20 Caps estão em processo final de implantação e mais três residências terapêuticas seguem o mesmo caminho. “Além disso, novos hospitais construídos para assistência médica deverão ter unidades para atendimento psiquiátrico.
No Hospital Regional de Ponta Grossa, que está em fase de construção, cerca de 30 leitos deverão ser reservados para este tipo de atendimento”, afirmou a coordenadora de Saúde Mental da secretaria, Cleuse Barleta.
Ela também destacou o aumento na oferta de atendimento desde o início de 2003. Na época existiam 1.985 vagas e até o momento foram criadas 3.060. Com essa ampliação, a capacidade de atendimento no estado subiu para 5.045 vagas. Quando os novos Caps tiveram instalados o número subirá ainda mais, será 9.660.
“Estamos fazendo a reforma de uma maneira calma e com uma programação definida, para que a população não seja prejudicada”, disse Cleuse. Até o momento, 1.304 vagas de atendimento hospitalar foram desativas. Deste total, 879 por vontade dos hospitais e o restante pela reforma psiquiátrica. “Desta maneira ficamos com saldo positivo de 1.720 novas vagas dentro de um sistema muito melhor e mais humano. Isso sem contar os novos Caps e residências terapêuticas que ainda estão em fase final de implantação”, enfatizou. Entretanto, para a mudança do sistema de atendimento, os pacientes também estão sendo preparados. Eles participam de atividades em grupo para facilitar o processo de sociabilização, para reaprender a lidar com dinheiro, familiares e amigos.
Além de trabalhar no aumento da oferta de vagas e no atendimento mais humano, por meio da reforma psiquiátrica, a Secretaria investe na capacitação de seus profissionais. Cursos são ministrados em parceria com a Escola de Saúde Pública do Paraná, por meio dos Pólos Regionais de Educação Permanente, e com as Regionais de Saúde e alguns municípios para capacitar profissionais da atenção básica que auxiliarão no processo da reforma.
Um projeto proposto pelo Pólo da 3ª Regional de Saúde (Ponta Grossa) virou referência nacional para o Ministério da Saúde. O objetivo é a capacitação de médicos, psicólogos, psiquiatras e enfermeiros para uma atendimento melhor aos pacientes com transtornos mentais. “Depois desses cursos os profissionais melhorarão suas condições de trabalhar com esses pacientes. Este projeto foi considerado pelo ministério como o melhor do Brasil e deverá servir de modelo para todo o País”, afirmou Cleuse.
As residências terapêuticas são destinadas a devolver a cidadania aos pacientes asilares e que podem conviver em sociedade. Já os Caps são serviços aos quais os pacientes com transtornos mentais se dirigem pela manhã e retornam à noite para suas casas, não perdendo os laços familiares e facilitando a sua sociabilização.