Mesmo com adversidades, a colheita da soja atingiu números experessivos. |
O Deral – Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura, estima que as perdas são maiores do que anteriormente previstas. “Calcula-se que foi perdida aproximadamente 1,9 milhão de toneladas, 16% da produção inicialmente calculada em 11,9 milhões de toneladas”, informou o engenheiro agrônomo Otmar Hubner.
Em 2002, o Estado colheu 9,5 milhões de toneladas e em 2003 foram 10,94. Este ano, a produção deve ficar em torno de 10 milhões. Aos preços médios atuais o valor da produção de soja, perdida com a seca, é de R$ 1,52 bilhões.
A produtividade média, inicialmente esperada era de 3.034 quilos por hectare, o que ainda é superior aos rendimentos médios conseguidos durante a década de 1980. Porém, segundo Hubner, há municípios onde a situação é mais grave, com produtores que obtiveram rendimento inferior a mil quilos por hectare.
De acordo com o Deral, o Noroeste e o Oeste são as regiões mais prejudicadas pela estiagem, tendo perdido 25,9% e 25,2%, respectivamente. No Sul, a quebra de produção foi menor e está estimada em 7,6%. Dos núcleos regionais da Secretaria da Agricultura, o de Toledo foi o que registrou a maior perda, atingindo 31,0% da produção esperada no início. Em seguida, entre os mais prejudicados estão as regiões de Paranavaí, com 27,0%; Umuarama, com 25,7% ; e de Maringá, com 24,6%.
Milho ? Já a safra normal de milho atingiu 77% da área. A produção é de 7,48 milhões de toneladas, numa área de 1,34 milhões de hectares.
A safra 2004 teve uma redução na área de plantio de 8,6% em relação ao ano passado, e a produção deve ser 10,4% inferior à de 2003. A produção total na safra 2003/2004, incluindo o milho safrinha que ainda não foi totalmente plantado, está estimada em 11,5 milhões de toneladas.
Segundo a engenheira agrônoma Vera Zardo, do Deral, a safra de milho não foi tão prejudicada pela seca como as de soja e de algodão. Isto porque as regiões mais afetadas pela estiagem em janeiro são as de plantio de soja e o milho cultivado encontrava-se numa fase mais adiantada quando se iniciou a escassez hídrica. A principal região produtora, o Centro-Sul, apresentou bolsões de estiagem a partir de fevereiro, também quando boa parte das lavouras já havia ultrapassado a fase crítica. O Sudoeste do Estado teve uma produção 10% superior à estimativa inicial, pois a estiagem ocorreu a partir de fevereiro.
O plantio do milho safrinha ainda não está concluído, restando 1,4% da área a ser semeada. A produtividade estimada atualmente é de 3.573 quilos por hectare, e é 3,7% inferior à estimativa inicial de 3.709 quilos por hectare. O Deral aponta quebra na região Sudoeste de 44%.
Segundo Vera Zardo, o potencial de produção das lavouras da safrinha deste ano foi considerado inferior ao produzido no ano passado, quando o rendimento médio das lavouras foi de 4.422 quilos por hectare devido ao atraso no plantio da safra e ao menor uso de tecnologia.