Um workshop com técnicos e estilistas franceses do setor de vestuário, realizado em Curitiba pelo governo do Estado, marcou o início da capacitação dos empresários paranaenses para que possam levar a moda local ao mercado europeu e, principalmente, para o Ano do Brasil na França, exposição que será realizada em 2005 em Paris.

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O evento, realizado no Cietep nos dois primeiros dias da semana, foi resultado de uma parceria da Secretaria da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul (Seim) com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Codesul, e contou com a participação de mais 60 empresas do Paraná e outros Estados.

Segundo o secretário Luis Mussi, o Paraná já é o segundo maior pólo industrial de confecção do país, registrando uma produção de 150 milhões de peças por ano e um garantindo faturamento anual de R$ 2,8 bilhões.
"Com 4.200 empresas de confecção, 90% delas de micro, pequeno e médio portes, o setor é o segundo gerador de empregos do Estado, contabilizando quase 100 mil empregos diretos e 250 mil indiretos", informa.

Corredor da Moda

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O principal eixo das indústrias de confecções do Paraná é o chamado "corredor da moda", localizado entre as cidades de Maringá, Cianorte, Londrina e Apucarana. A região oferece 15 mil lojas varejistas de confecção, mil lojas atacadistas e 16 centros atacadistas e de pronta-entrega.

"É um setor que precisa receber qualificação para ser voltado à exportação", diz Mussi. Para o Ano do Brasil na França, o secretário diz que o Paraná precisa estar preparado para novas rodadas de negócios. "Estamos afinando nossa produção para todo o mercado europeu", acrescenta.
Representante da Associação dos Confeccionistas de Cianorte, Rosane Bacol afirma que já existe uma visão dos empresários para a exportação. "Falta mais infra-estrutura. A ajuda do governo em promover capacitação é valiosa pois, com estas informações, é possível montarmos oficinas também em Cianorte", diz.

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A empresária Lucia Figueredo, dona da empresa Lucia Figueredo, de Cianorte, já exporta para Estados Unidos, Dinamarca, Noruega, Japão, Portugal e Itália. A França ainda é um mercado a ser conquistado. "A moda é universal. Com o pólo industrial de confecções em Cianorte, nossa região tem possibilidades para exportar para qualquer lugar".

O empresário Edélcio Huebes, da Tapajós Têxtil, veio de Indaial, Santa Catarina. Com um produção de 180 mil peças, 20% é exportado. Para ele, a adequação do produto para exportação é fundamental. "Estava comentando com outros empresários sobre as diferenças dos produtos que fazemos. É preciso inserir nossos produtos no exterior e, para isso, só conhecendo melhor o mercado lá fora", argumenta.